A União Ciclista Internacional (UCI) decidiu não esta quarta-feira não suspender o australiano Michael Rogers por um controlo antidoping positivo, considerando significativa a possibilidade de a presença de clembuterol nas análises resultar do consumo de carne contaminada.
"A UCI procedeu à desqualificação automática dos resultados obtidos por Rogers na Japan Cup Cycle Road Race 2013 (a corrida em que a amostra positiva foi recolhida), mas depois de consultar a AMA [Agência Mundial Antidopagem] nenhuma sanção adicional será aplicada", lê-se em comunicado do organismo máximo do ciclismo.
O corredor da Tinkoff-Saxo foi suspenso preventivamente em dezembro, na sequência de um controlo positivo registado a 20 de outubro de 2013 na Volta ao Japão, prova que venceu, mas o australiano reclamou inocência desde o início, alegando que a presença de clembuterol na urina se devia à ingestão de comida contaminada na China.
"A UCI estudou atentamente as explicações de Rogers e as perícias técnicas apresentadas como apoio. Concluiu que a probabilidade de que a presença de clembuterol podia resultar de consumo de carne contaminada proveniente da China, onde participou numa corrida antes de se deslocar para o Japão, era significativa", explica a UCI.
O ciclista australiano é companheiro de equipa do espanhol Alberto Contador, que foi suspenso em 2010 por um positivo por clembuterol durante a Volta a França e que foi desapossado da vitória na prova gaulesa.
O clembuterol, utilizado ilicitamente para engorda de gado em alguns países, é uma droga de uso veterinário para o tratamento de asma em cavalos, mas funciona como broncodilatador e ajuda a criar músculo e queimar gordura.
"A UCI lembra que a presença de clembuterol constituiu uma violação das regras antidopagem (...). É reconhecido que em alguns países há o risco de que carne contaminada possa produzir, em condições específicas, uma amostra positiva. A AMA alerta especificamente para esse problema na China e no México. Consequentemente, a UCI deseja reiterar a sua recomendação aos atletas e às equipas de evitarem o consumo de carne nesses países”, lê-se também no comunicado.