Nelson Oliveira ficou hoje longe do seu objetivo, no contrarrelógio de elite dos Mundiais de ciclismo de estrada, que consagrou o veterano bielorrusso Vasil Kiryienka como novo camisola arco-íris.

O único ciclista português presente no exercício individual de Richmond2015 queria melhorar o sétimo posto conseguido nos últimos Campeonatos do Mundo, mas acabou por ser 13.º, a 01.52 minutos do inesperado Vasil Kiryienka, que encabeçou um pódio improvável na companhia de Adriano Malori e Jérôme Coppel.

Eram 14:27 em Richmond, na Virgínia, quando o eterno campeão nacional de contrarrelógio (os seus nove títulos nas diversas categorias, três dos quais de elites, não encontram equivalente em Portugal) partiu do parque de diversões Kings Dominion para os 53 quilómetros mais desafiantes da sua carreira em Mundiais.

Com o sétimo lugar de Ponferrada2014 como alvo a abater, o jovem de 26 anos começou lento, registando apenas o 13.º tempo (19.34,42 minutos) no primeiro ponto intermédio, situado ao quilómetro 16, quando ainda faltavam passar 11 ciclistas.

Contrarrelogista de excelência, Oliveira revelou, uma vez mais, ser dono de uma apurada estratégia de corrida, indo de menos a mais, numa gestão cautelosa de esforço, que, no segundo ponto intermédio, aos 27 quilómetros, lhe valeu o quarto melhor registo à sua passagem – cairia para 11.º.

O quinto tempo (51.02,99 minutos) no último barómetro antes da meta, ao quilómetro 40, era um prenúncio daquilo que se tornou uma evidência quando o bicampeão nacional cortou a linha de chegada: as 01:04.21 horas que gastou e o quinto posto que registou confirmavam que não ia ser possível melhorar a posição de há um ano.

Restava então a Oliveira esperar pelo desfile de especialistas para conhecer o seu destino. Quando o três vezes campeão mundial Tony Martin, o último a partir para o ‘crono’ e o grande derrotado da jornada (o favorito número um foi apenas sétimo, a uns distantes 01.16 minutos de Kiryienka), parou o cronómetro, o português soube que o seu lugar na lista de Richmond2015 era o 13.º.

A ainda ciclista da Lampre-Merida ficou a 01.52 minutos de um supersónico e surpreendente Vasil Kiryienka que, aos 34 anos, conquistou o seu primeiro ouro mundial, que se soma ao bronze alcançado pelo bielorrusso em 2012.

O ciclista da Sky foi o melhor em todos os pontos cronometrados, chegando à meta com a marca de 01:02.29 horas, conseguido com uma média de 51.368 km/h, um tempo nove segundos mais rápido do que o três vezes campeão italiano da especialidade, Adriano Malori.

Em terceiro, a 26 segundos, ficou o francês Jérôme Coppel, que conquistou a primeira medalha para a França desde o título mundial de Laurent Jalabert, em 1997.

Fora do pódio ficaram todos os favoritos: além de Martin, também o australiano Rohan Dennis, que sofreu uma avaria, desiludiu, ao ser sexto, um lugar à frente do holandês Tom Dumoulin, o medalha de bronze do ano passado.