Passam dias e dias sem serem notados, mas sem eles a 74.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, tal como as suas antecessoras, nunca teria saído para a estrada.
Para os ciclistas cumprirem o seu trabalho, há nos bastidores várias outras equipas que põem em funcionamento a prova rainha do calendário velocipédico português: desde os comissários, reguladores exímios de todos os passos do pelotão, às bailarinas, incansáveis na sua coreografia estejam 40 graus ou 10 graus, como aconteceu na etapa da Torre, todos têm o seu lugar no puzzle.
São rostos incógnitos, escondidos no meio dos capacetes, dos equipamentos coloridos, das caras que todos os dias causam a euforia das massas, são profissionais ou voluntários, seduzidos pelo espírito da Volta.
Uns têm mais visibilidade, como Joaquim Gomes, diretor da prova, que acompanha cada segundo da corrida “in loco” ou os médicos, auxiliares nas alturas de maior aflição dos ciclistas, outros menos, como é o caso dos bandeiras amarelas, sinalizadores de perigo iminente, dos motards, transportadores de comissários, câmaras ou fotógrafos, dos elementos da Guarda Nacional Republicana, anunciadores da passagem dos ciclistas, ou os próprios jornalistas, escondidos atrás das palavras que escrevem.
Eles estão preparados para qualquer eventualidade, seja afastar cães da estrada, avisar um corredor desorientado ou dar boas novas, caso da “moto-ardósia” que vai anunciando tempos que podem dar uma vitória de etapa ou uma camisola amarela.
Hoje, quando os ciclistas recolherem, na expectativa de um “até para o ano”, a outra caravana poderá finalmente sentir que o seu trabalho foi cumprido.
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