O português Rui Costa, campeão do Mundo de ciclismo, disse hoje que 2013 será um ano que nunca esquecerá, prometendo, no entanto «nunca baixar os braços» para "continuar a ser "exemplo" e a cativar crianças para o ciclismo.

«2013 é um ano para nunca mais esquecer. Sei que também vai ser muito complicado igualar um ano como este, mas não vou baixar os braços e vou continuar o meu trabalho e esperar que o próximo ano seja tão bom como este», disse hoje Rui Costa, aos jornalistas, no Aeroporto Sá Carneiro.

O corredor natural da Aguçadoura, Vila do concelho da Póvoa de Varzim, disse estar a viver «um sonho» e, quando questionado sobre se os outros corredores mundiais já o olham de forma diferente, agora que enverga a camisola arco-íris, símbolo de campeão do Mundo de ciclismo, afirmou não estar preocupado com isso, pois vai «olhar só em frente» e nunca para si.

«Acho que já me olhavam de boa forma. Mas é natural que agora me olhem de forma diferente. Mas, o que me importa é que sou campeão do mundo, olho para frente e não para mim e continuo com os meus objetivos», disse Rui Costa.

O ciclista falava numa sala do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, ladeado pelos também corredores da seleção lusa André Cardoso e Tiago Machado, aos quais Rui Costa atribuiu «grande parte do seu mérito» pelo título de campeão do mundo.

E, perante o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), o corredor português desejou que esta modalidade «dê um passo ainda maior» e que «mais crianças entrem para o ciclismo», tendo-o como um exemplo.

Sobre os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, Rui Costa disse ser prematuro falar em medalhas: «Para já, não penso nisso. Para já, estou focado naquilo que ganhei este ano. Agora, terei um período em que poderei refletir no que passei. Mais para a frente, talvez pense nos Jogos Olímpicos», completou.

Antes, à agência Lusa, o presidente da FPC, Delmino Pereira, comentava, enquanto se preparava a receção a Rui Costa, que contou com várias centenas de pessoas, que este é «o momento alto do ciclismo nacional».

O dirigente disse que Rui Costa conquistou um título «histórico» e descreve-o como «um corredor que inspira a modalidade».

Também Tiago Machado contou à Lusa que tinha falado com Rui Costa horas antes e depois da "euforia" do dia da conquista do título de campeão do mundo, tinha voltado a ouvir o seu amigo "eufórico" pela "ansiedade" de ver a receção que lhe estava a ser preparada. «Não há palavras para descrever o Rui como atleta. É um dos melhores a nível nacional», completou Tiago Machado.

Mesmo à saída do corredor de embarque, estava a família de Rui Costa encabeçada pelo irmão que também é corredor, na equipa OFM-Quinta da Lixa.

Mário Costa era o "espelho" de uma família «feliz e orgulhosa»: «Acima de tudo um orgulho. Ter um irmão como o Rui é motivo de felicidade. O Rui está muito feliz e quando vir esta moldura humana vai sentir-se ainda melhor», disse o irmão do agora campeão nacional de ciclismo.

Pelas redes sociais, amigos e família de Rui Costa tinha apelado para que os seus admiradores, sobretudo as crianças, fossem ao aeroporto equipados de ciclistas e o mesmo aconteceu, como é o caso do Rúben Correia, de 12 anos, que envergava uma camisola do Benfica que já tinha pertencido a Rui Costa e que estava assinada pelo ciclista nacional e pelo irmão, Mário Costa.

Acontece que esta será, contou o menino à Lusa, a única vez que vestirá a pele dos "encarnados", pois toda a família, residente na Póvoa de Varzim, é do FC Porto.

Rui Costa sagrou-se a 29 de setembro campeão do Mundo de ciclismo, ao vencer a prova de fundo dos campeonatos de Florença, em Itália.

O corredor português, que integrava a equipa da Movistar, cumpriu os 272,26 quilómetros, em 7:25,43 horas, à frente dos espanhóis Joaquim Rodriguez e Alejandro Valverde, segundo e terceiro classificados, respetivamente.

Esta foi a primeira vez que o ciclista de 26 anos se deslocou a Portugal depois de ter conquistado o Campeonato do Mundo.