Os ciclistas Ivo Oliveira e Tiago Antunes estrearam-se hoje num Campeonato do Mundo de estrada, respetivamente, com o 30.º e o 45.º lugares no contrarrelógio de juniores, em Ponferrada, Espanha.

Pouco acostumados a disputarem contrarrelógios de quase 30 quilómetros, os dois juniores portugueses saem satisfeitos com o seu resultado nos Mundiais espanhóis, mesmo tendo perdido cerca de três minutos para o vencedor, o alemão Lennard Kmana.

O contrarrelógio de juniores é uma enorme "caixa de Pandora". Dela, esperava-se, poderia saltar uma surpresa portuguesa, mas cedo se percebeu que ela não viria de Tiago Antunes, o 15.º de 70 ciclistas a partir que, no primeiro ponto intermédio, já perdia 30 segundos para o melhor tempo.

Numa manhã em que a chuva deu descanso, o corredor do CC José Maria Nicolau, de 17 anos, nunca conseguiu reduzir as diferenças ao longo dos 29,5 quilómetros, com início e final em Ponferrada, e, depois de passar no segundo ponto intermédio com uma desvantagem de mais de um minuto para o primeiro, cortou a meta com o quinto tempo até então, a 01.21 minutos do polaco Szymon Wojciech Sajnok, que partiu 01.30 minutos depois de si e entrou na reta final quase ao mesmo tempo.

"Correu bem para as minhas expetativas. O percurso não assentava nas minhas caraterísticas, era muito plano", explicou Antunes.

Contas feitas, o campeão nacional de contrarrelógio de cadetes de 2013 foi 45.º, a 03.38 minutos do vencedor Lennard Kmana, que cumpriu o "crono" em 36.13 minutos, à frente do norte-americano Adrien Costa, mais lento 44 segundos, e do australiano Michael Storer, terceiro a 58 segundos.

A estrear-se num Mundial de estrada, Ivo Oliveira mostrou aos 12,23 quilómetros, primeiro ponto fixo de cronometragem, que as medalhas que conquistou na pista seriam as únicas planetárias que conseguiria nesta temporada, ao ser 18.º, a 40 segundos do melhor.

O campeão mundial de perseguição individual da categoria de juniores foi melhorando, mas não conseguiu melhor do que a 30.ª posição, a três minutos de Kmana.

"Foi melhor do que no Europeu. Correu bem, dentro do esperado. Tive boas sensações no início, mas a dez quilómetros da meta as pernas já não vinham como queria”, relatou.

As grandes dificuldades que Oliveira encontrou foram o "topo final, que fazia doer as pernas" e o vento de frente.

"Em Portugal não costumamos fazer contrarrelógios com tanta quilometragem, mas, nas últimas semanas, temos treinado distâncias mais longas para nos adaptarmos", rematou Tiago Antunes.