Lance Armstrong não deverá ser processado pela justiça norte-americana apesar de ter reconhecido o recurso ao doping, revelou hoje o procurador que dirigiu uma investigação federal sobre o antigo ciclista.

O procurador Andre Birote não excluiu completamente uma eventual ação judicial, no entanto, na sua opinião, as recentes revelações do texano nada mudam.

«Tomámos uma decisão quanto a esse dossier há pouco mais de um ano», respondeu Birote quando questionado, durante uma conferência de imprensa em Washington, sobre o facto de Armstrong ter mentido a agentes federais.

O procurador reconheceu ter «plena consciência» das recentes declarações do antigo corredor, que revelou numa entrevista a Oprah Winfrey ter-se dopado em grande parte da sua carreira, mas assegurou não ter mudado de opinião até ao momento.

«Obviamente, vamos continuar a acompanhar a situação», acrescentou.

Depois de anos de negações, inclusive em interrogatórios federais, Armstrong, de 41 anos, admitiu o recurso ao doping, e a «confissão» levantou numerosas questões jurídicas, nomeadamente se seria processado por perjúrio ou obrigado a devolver os prémios e patrocínios que recebeu durante a sua carreira.

Em outubro de 2012, o antigo ciclista foi formalmente desclassificado de todos os resultados desportivos desde 1998, incluindo as sete vitórias na Volta a França, e irradiado do desporto, na sequência da investigação da Agência antidopagem dos Estados Unidos (USADA) que pormenorizou o seu envolvimento no «sistema de dopagem mais sofisticado da história do desporto».