O ciclista australiano Michael Rogers (Tinkoff-Saxo) mostrou hoje as suas qualidades de rolador ao lançar-se para a vitória na 11.ª etapa da Volta a Itália, com um ataque na descida até à meta, situada em Savona.
O experiente australiano surpreendeu o pelotão depois da contagem de segunda categoria do dia, localizada a 30 quilómetros da meta, com um ataque fulminante na descida, celebrando o seu primeiro triunfo depois do seu positivo por clembuterol no outono passado e o primeiro individual no Giro e numa Grande Volta.
Rogers, que voltou à competição na Liège-Bastogne-Liège, passou meses afastado da competição a tentar provar que o caso de doping se devia à ingestão de carne contaminada na China, teoria que a União Ciclista Internacional (UCI) aceitou, mas a paragem não pareceu afetá-lo, uma vez que apresentou um ritmo demolidor na parte final da etapa para deixar o grupo, encabeçado por Simon Geschke (Giant-Shimano) e Enrico Battaglin (Bardiani-CSF), a dez segundos.
Depois de saltar do pelotão a alta velocidade, aproveitando o estado de vigia dos principais candidatos, o ciclista de 34 anos rapidamente estabeleceu uma vantagem de 40 segundos na descida técnica até Savona, cidade onde terminava a 11.ª etapa, depois de 249 quilómetros desde Collecchio.
Com a BMC do camisola rosa a optar por manter apenas o ritmo e, quem sabe, assim garantir um aliado de peso junto da equipa Tinkoff-Saxo, a Giant Shimano e a Trek assumiram a perseguição, que não foi bem sucedida.
“Foi uma grande oportunidade para mim e consegui a vantagem suficiente para isso. Foi uma decisão no momento certo. Vi no topo da subida que todos os candidatos à classificação geral estavam a controlar-se, a oportunidade surgiu e eu aproveitei-a”, disse Rogers, que já tinha vencido um contrarrelógio por equipas em 2009.
A longa etapa foi constantemente animada: primeiro, uma fuga de 14 corredores formou-se na descida da primeira contagem, a 170 quilómetros da meta, mas o trabalho da equipa Androni permitiu que o pelotão chegasse agrupado a Naso di Gatto.
Na subida para a contagem de segunda categoria, vários foram os atacantes, mas só Rogers conseguiu uma vantagem suficiente para chegar isolado, dez segundos à frente de André Cardoso (Garmin), 33.º na etapa.
O português é 31.ª da geral, a 19.08 minutos de Cadel Evans, ainda líder com 57 segundos sobre Rigoberto Uran (Omega Pharma-Quickstep).
Na quinta-feira, disputa-se a 12.ª etapa, um exigente contrarrelógio de 41,9 quilómetros, entre Barbaresco e Barolo, com subidas incluídas no percurso.