Delmino Pereira mostrou-se confiante de que Portugal qualificará três ciclistas na pista, assumindo também a possibilidade de a seleção de representantes para a estrada ter em conta os interesses naquela vertente.

“Estamos numa boa posição [para qualificar dois ciclistas masculinos na pista]. Estes imprevistos [a lesão de Rui Oliveira] estavam ‘previstos’, como aconteceu no último ciclo [para Tóquio2020]. Temos outros atletas preparados, que, seguramente, vão defender a nossa posição”, disse o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).

Delmino Pereira referia-se à lesão de Rui Oliveira, que fraturou o rádio esquerdo numa queda durante a Omloop Het Nieuwsblad, no sábado passado, e vai falhar etapa da Taça do Mundo que se disputa em Hong Kong, de 15 a 17 de março, e que é a penúltima a contar para o apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024.

“À partida, estamos em condições de defender o nosso grande objetivo, que é participar com dois atletas masculinos nos Jogos Olímpicos e a Maria Martins, no feminino”, acrescentou, em declarações à agência Lusa, à margem da apresentação das três etapas portuguesas da próxima Volta a Espanha, na Bolsa de Turismo de Lisboa.

Para o dirigente federativo, neste momento, Portugal é um país com “potencial de medalhas” nesta vertente, nomeadamente em masculinos.

“Estamos numa janela, num grupo restrito de talvez oito países”, que pode aspirar a metais em Paris2024, acrescentou.

O presidente da FPC abordou ainda a possibilidade de Portugal ‘jogar’ com o facto de poder ‘puxar’ um dos dois representantes da estrada para a pista, vertente em que o país tem um vigente campeão mundial de omnium, o vianense Iúri Leitão – assim, a seleção masculina poderia ter três ciclistas no velódromo.

“Será uma decisão que, entretanto, será tomada pelos nossos técnicos. Já vi a ‘long list’ [de pré-selecionados] e dá para tudo. O importante é que, no momento da decisão, se opte pelos atletas que melhor correspondam aos interesses de Portugal, mesmo que tenhamos de fazer essas conjugações”, salientou.

Para já, o ciclismo português garantiu três quotas nos Jogos Olímpicos, todas na estrada: duas em masculinos – os dois corredores selecionados farão quer a prova de fundo, quer o contrarrelógio – e uma em femininos, para a prova de fundo.