
O ciclista dinamarquês Mads Pedersen (Trek-Segafredo) venceu hoje a sexta etapa da Volta a Itália, juntando este triunfo a outros no Tour e na Vuelta, desígnio que se ‘esfumou’ para Simon Clarke (Israel-Premier Tech) a 250 metros da meta.
Pedersen, de 27 anos, cumpriu os 162 quilómetros com início e fim em Nápoles em 3:44.45 horas, batendo o líder da classificação dos pontos, o italiano Jonathan Milan (Bahrain-Victorious), segundo, e o alemão Pascal Ackermann (UAE Emirates), terceiro.
Os primeiros lugares da geral não sofreram alterações, mantendo-se o norueguês Andreas Leknessund (DSM) na frente por mais um dia, com 28 segundos de vantagem sobre o belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), segundo, e 30 sobre o francês Aurélien Paret-Peintre, com o português João Almeida (UAE Emirates) em quarto, a um minuto.
A vitória ao sprint de Pedersen, campeão do mundo de fundo em 2019, permite-lhe fechar o ‘hat-trick’ das grandes Voltas, com três etapas ganhas na Volta a Espanha de 2022 e uma no Tour do mesmo ano.
Ainda assim, o feito do dinamarquês acaba algo ‘ofuscado’ pelo drama vivido por Simon Clarke, que integrou a fuga do dia e batalhou, até ao fim, ao lado do italiano Alessandro de Marchi (Jayco-AlUla).
Os dois foram alcançados a 250 metros da chegada, ultrapassados a ‘todo o vapor’ pelos velocistas em luta pela etapa, e acabaram a cortar a meta abraçados, depois de ficarem tão perto de fazerem vingar a fuga.
“É devastador, não é nada bom perder assim, tão perto. Preferia que tivesse sido a 10 quilómetros. [...] Precisávamos de mais 10 ou 15 segundos, porque não dá para puxar até aos últimos 10 metros, há um momento em que é preciso parar”, declarou o australiano.
O ‘tri’ que Clarke procurava nas três grandes Voltas foi logrado pouco mais à frente por Pedersen, “muito feliz” pela vitória depois de “um dia duro” em que teve de “abrir um sprint longo”, depois de o colombiano Fernando Gaviria (Movistar) começar de longe, falhando o intento e acabando em quinto.
“Assim, tive alguém à frente para tentar apanhar, mas o sprint dele estava muito forte e não foi fácil”, declarou.
Atrás ficou o detentor da ‘maglia ciclamino’, Milan, que bateu Groves e segurou a liderança dessa classificação, num dia em que os candidatos à vitória final chegaram integrados no pelotão, com o mesmo tempo, mas não se livraram de mais ‘sustos’, num Giro ‘impróprio para cardíacos’.
Primeiro foi o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) a ter problemas e descair, já nos últimos 10 quilómetros, levando a equipa a trazê-lo de volta pelas ruas de Nápoles, engalanadas ainda para comemorar a vitória do clube local na Liga italiana de futebol.
Depois, foi o britânico Geraint Thomas (INEOS), com idêntico comportamento da equipa, sem danos de tempo para a dupla na batalha pelo pódio da ‘corsa rosa’.
Na sexta-feira, a sétima etapa liga Cápua a Gran Sasso d’Italia em 218 quilómetros, em novo dia de alta montanha que culmina com uma subida até à meta, de primeira categoria.
"Será o verdadeiro teste para os candidatos à geral. É uma subida muito longa até ao final, não a mais difícil. [...] Estará frio no final, por isso será certamente duro. Vamos ver como estão as pernas", declarou hoje o português João Almeida, em jeito de antevisão.
Comentários