Os ciclistas portugueses foram hoje unanimes em descrever o ‘stress’ provocado pelas más condições climatéricas na segunda etapa da Volta a França, que provocaram a queda de Tiago Machado (Katusha).
“O Tour por si só já é uma corrida com um stress diferente de todas as outras. Agora se juntarmos a isso as estradas estreitas da Holanda, com o público a querer vir para a estrada, ainda é pior. Como se não bastasse ainda tivemos o bónus do mau tempo. Da minha parte, fiquei cortado num abanico e ia a tentar reentrar até que caí numa rotunda”, descreveu o ciclista de Famalicão à agência Lusa, depois de perder 06.10 minutos para o vencedor da tirada, o alemão André Greipel (Lotto Soudal).
Machado foi o único a cair, mas o dia foi difícil para todos os portugueses. Rui Costa andou cortado na primeira parte metade da ligação de 166 quilómetros entre Utrecht e Zélande, reintegrou o pelotão com a ajuda da Lampre-Merida, mas acabou por ficar novamente atrasado, no mesmo grupo onde seguiam os favoritos Vincenzo Nibali (Astana) e Nairo Quintana (Movistar).
"Quando faltavam cerca de 100 quilómetros para a meta eu fiquei para trás num corte, não foi fácil reentrar. Depois de integrado no grupo, voltou a haver corte e eu fiquei no primeiro grupo, mas na aproximação a uma povoação, com as imensas rotundas e separadores centrais, eu, juntamente com Nibali e alguns colegas, ficámos no lado esquerdo, separados pela divisão da estrada. O pelotão apercebeu-se e começou a puxar muito rápido, nunca mais conseguimos reentrar nesse grupo", descreveu na sua página oficial, frisando que o importante foi não ter caído.
O campeão nacional e antigo campeão mundial de fundo perdeu 01.28 minutos para o primeiro grupo, no qual estavam Chris Froome (Sky) e Alberto Contador (Tinkoff-Saxo), contudo escalou 31 lugares na geral, para a 52.ª posição, estando a 02.39 minutos do camisola amarela Fabian Cancellara (Trek).
Ao seu lado chegou Nelson Oliveira, que culpou a água e o vento lateral pelas diferenças de tempo registadas no segundo dia da 102.ª edição da ‘Grande Boucle’.
“Muito stress e muita gente à beira da estrada que causava ainda mais stress”, confessou à Lusa o 56.º classificado da geral (a 02.42 minutos).
A mesma palavra foi usada por José Mendes para, em conversa com a agência Lusa, explicar o motivo pelo qual perdeu 06.10 minutos na tirada de hoje.
“Foi uma etapa bastante complicada desde o início. Muito stress porque toda gente queria estar na frente e depois com o vento e chuva o pelotão cortou-se várias vezes, muitas delas por causa de quedas. Eu não fiz muito para tentar estar na frente, porque em nada podia ajudar os meus colegas e o principal objetivo foi evitar as quedas e felizmente consegui escapar a todas”, assumiu o ciclista da Bora-Argon, que caiu para a 125.ª posição da geral, um lugar à frente de Machado.
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