“Hoje, quando acordei de manhã, fiquei surpreendido. O Dauphiné é uma corrida tão dura, é difícil recuperar assim tão rápido. Vi que podia ter o meu dia e tentei comunicar isso à equipa”, começou por contar o português da EF Education-Easy Post à agência Lusa, horas depois de ter-se coroado vencedor da quarta edição da prova francesa.

Dois dias após terminar em nono na geral do Critério do Dauphiné, Guerreiro foi o primeiro no alto do ‘mítico’ Mont Ventoux, cumprindo os 154 quilómetros da corrida, que partiu de Vaison-la-Romain, em 4:32.35 horas, e relegando o colombiano Esteban Chaves, seu companheiro de equipa, para a segunda posição, a 53 segundos, e o australiano Michael Storer (Groupama-FDJ) para a terceira, a 1.28 minutos.

“O Esteban também estava muito bem e controlámos a corrida. No início da subida, senti-me muito bem, ataquei, sempre com a confiança que podia manter aquele ritmo. O Esteban também estava atrás de mim, o que nos dava muita tranquilidade, e, por isso, fui subindo aqueles quilómetros todos, com muito sofrimento. A vitória sabe realmente muito bem”, resumiu o corredor de 27 anos.

O ‘rei da montanha’ do Giro2020 não ‘saboreava’ um triunfo desde a nona etapa dessa edição da ‘corsa rosa’ e, agora, só pensa em inscrever mais linhas no seu palmarés, se possível já na Volta a França, que arranca em Copenhaga (Dinamarca), em 01 de julho, e termina em Paris, no dia 24 do mesmo mês.

“O foco é o Tour. Este ano – tal como todos os anos – tenho trabalhado bastante e quis sempre apostar no Tour. Vou para estágio de altitude para chegar ainda mais forte ao Tour”, revelou.

Depois de uma jornada em que demonstrou novamente o seu potencial de trepador, Guerreiro, conhecido entre os adeptos da modalidade como ‘cowboy de Pegões’, numa referência à sua terra natal, não esconde que o seu “objetivo era ganhar etapas”.

“E é isto que vou tentar fazer no Tour, tentar ganhar uma etapa. Mas sempre com muito desejo de vitória e de tentar fazer o máximo possível. Também não sabemos como se vão passar as etapas na Dinamarca e no ‘pavé’, por isso vamos um pouco dia a dia”, antecipou.

O ciclista da EF Education-Easy Post tem tido uma temporada de altos e baixos, recuperando de vários azares, como a queda na Liège-Bastogne-Liège, logo após o sétimo lugar noutra clássica belga, a Flèche Wallonne, tendo também abandonado o Tirreno-Adriático.

Antes de chegar a esta corrida, a participação no Critério do Dauphiné, uma 'antecâmara' para a 'Grande Boucle', revelou que está em boa forma, ao ser quarto na terceira etapa e quinto na oitava e última, concluindo em nono a geral final.