O ciclista português Rui Costa, que hoje se despediu do título de campeão do mundo com um 23.º lugar nos Mundiais de Ponferrada, em Espanha, assumiu que teve um dia mau e lamentou não ter ficado entre os dez melhores.

“Nem sempre estamos num dia bom. Hoje não tive as melhores sensações, mas acho que não foi assim tao mau”, reconheceu o agora ex-campeão do Mundo, que repetiu à exaustão a frase “dei o meu máximo”.

O ciclista da Lampre-Merida, que foi 23.º a sete segundos do polaco Michal Kwiatkowski, novo campeão mundial, garantiu que fez tudo para, quando o espanhol Joaquim Rodriguez arrancou a “200, 300 metros da parte final da [segunda] subida”, entrar “naquele grupo da frente”.

“Foi pena. Gostava muito de ter entrado no ‘top-10’, mas pronto. Quem dá tudo...”, completou, considerando que a sua seleção também esteve “bem”.

Para Rui Costa, as condições meteorológicas não ajudaram os portugueses, uma vez que tornaram o percurso de 254,8 quilómetros da prova de fundo de elites masculinas “muito perigoso”.

“As subidas eram muito rápidas, na parte das descidas e aqui no centro de Ponferrada era tudo muito técnico. O piso era muito escorregadio, tínhamos de ter muito cuidado. As arrancadas depois das curvas eram muito explosivas. Ó pá... o máximo foi dado. Gostava de ter feito melhor, mas...”, lamentou.

O poveiro, de 27 anos, admitiu ter tido sempre consciência de que, se chegasse um grupo grande, “era quase impossível” discutir as medalhas, porque “aqueles corredores são muito explosivos”, e lembrou que o desfecho da prova de hoje não fugiu muito daquilo que e pensava: “os corredores que eu achava que iam estar na frente, estiveram”.

Sobre o seu sucessor, que também ficou à sua frente na Volta ao Algarve deste ano, Costa recordou que, depois de “uma época inicial muito forte”, seguida de um desaparecimento em termos de resultados no meio do ano, hoje foi capaz de “um belíssimo resultado”.

“Mostrou ser um grande corredor. O polaco tomou a iniciativa a descer, acho que arriscou tudo. Mas não foi só a descer, porque ele teve força para fazer a última subida. Ganhou bem, foi uma boa tática”, concluiu.

Com um ataque na última das 14 voltas ao circuito desenhado em Ponferrada, Kwiatkowski completou os 254,8 quilómetros de prova em 6:29.07 horas, com um segundo de vantagem sobre o australiano Simon Gerrans, medalha de prata, e o espanhol Alejandro Valverde, que fica com o bronze pela terceira vez consecutiva.