A 15.º etapa da 'Vuelta', em plena Serra Nevada, foi para o jovem colombiano Miguel Ángel López (Astana), já vencedor de uma tirada nesta edição, mostrar que é um dos homens do futuro do ciclismo.
Quanto ao presente, é seguramente do britânico Chris Froome (Sky), que mesmo a fazer uma etapa 'à defesa', muito bem defendido pelos colegas Mikel Nieve e Wout Poels, acabou por aumentar um pouco mais a vantagem da camisola vermelha para o segundo, o italiano Vincenzo Nibali (Bahrain).
A etapa, entre Alcalà La Real e a Serra Nevada, era longa de 129,4 quilómetros e tinha muitos quilómetros de montanha, ainda que sem rampas acentuadas, representando um desafio à resistência, de que se saíram bem quase todos os melhores do pelotão.
O inglês Adam Yates (Orica-Scott) andou muito tempo isolado, em fuga, e só perdeu o destaque a seis quilómetros da meta com o contra-ataque de Miguel Ángel López, na escalada para o topo do Alto de Hoya de La Mora.
Quando foi apanhado, Yates 'estoirou' por completo, enquanto López manteve um ritmo certo, sem perder tempo para o grupo de Froome, vencendo em 3:34.51 horas.
Aos 23 anos, López confirma ser um excelente trepador e todos lhe auguram um futuro excecional no ciclismo. Na 'Vuelta', lidera a classificação da juventude e segue em sexto na geral, a menos de um minuto do pódio.
A terceiro subiu o russo Ilnur Zakarin (Katusha), que hoje fez segundo na etapa, depois de um ataque bem sucedido nos dois últimos quilómetros. Zakarin chegou 36 segundos depois do trepador da Astana, mas nove à frente do holandês Wilco Keldermans, da Sunwebb, com quem mantém uma luta direta pelo último lugar do pódio.
Na geral, Froome aumenta para 1.01 minutos a vantagem sobre Nibali, ciclista que hoje tentou, sem sucesso, fugir ao grupo. A reação de Nieve e Poels tirou-lhe todas as ideias.
Zakarin sobe a terceiro, a 2.08 minutos, e Kelderman desce a quarto, a 2.11. Não muito distantes, estão Johan Esteban Chaves (Orica), a 2.39, e López, a 2.51, dois colombianos que poderão reaparecer na montanha que ainda falta, nomeadamente na escalada do Angliru, no sábado.
Quando Yates ia em fuga, no grupo perseguidor em que estava López encontravam-se também o francês Romain Bardet (AG2R La Mondiale), o holandês Steven Kruijswijk (LottoNL-Jumbo) e o espanhol Alberto Contador (Trek-Segafredo).
Naquela que é a sua última 'Vuelta', Contador voltou a estar combativo, atacou e fez por ganhar tempo. Não o conseguiu e acabou por ceder mais alguns segundos a Froome, permanecendo em nono da geral, a quase quatro minutos.
O português Nélson Oliveira (Movistar) andou em fuga, na parte inicial da etapa, após o que foi descendo bastante na classificação, para ser 78.º, a 21.46 minutos.
Na luta pelo estatuto de melhor luso - menos de um minuto os separavam -, ganhou tempo a Rui Costa (UAE), 85.º a 26.09 minutos.
Oliveira é agora o melhor português, em 38.º (a 1:16.09 horas), enquanto Rui Costa está em 40.º (a 1:19.49).
O melhor ciclista nacional na etapa, no entanto, foi Ricardo Vilela (Manzana Postobon), que acabou em 28.º, a 15,21 minutos. Subiu na geral a 47.º, a 1:40.20 horas.
Também em prova, continua Rafael Reis (Caja Rural) - 147.º no dia, a 30.38 minutos, e 137.º na geral, a 3:15.36 horas.
Segunda-feira não há etapa, já que se cumpre o segundo e último dia de descanso.
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