A equipa de ciclismo da W52-FC Porto foi aclamada por várias centenas de pessoas em Sobrado, Valongo, após nova vitória na Volta a Portugal e, em especial, pela amarela de Rui Vinhas, um filho da terra.

Um autocarro panorâmico transportou os ciclistas a Sobrado, depois de uma paragem no Dragão Caixa, palco da primeira receção à equipa que este ano corre com as cores do FC Porto, numa chegada apoteótica.

Os sobradenses ocuparam a estrada, no centro da vila, para celebrar com palmas, cachecóis e bandeiras do FC Porto e cânticos de apoio a quarta vitória consecutiva da equipa na Volta a Portugal, em outras tantas participações, numa festa em tons de azul e que levou às ruas de Sobrado mais gente do que é habitual.

"Já começa a ser um hábito esta festa, mas este ano teve um sabor diferente. Sobrado tem muitos portistas e, sinceramente, penso que foi uma boa ideia esta parceria do FC Porto, que é o clube com mais voltas ganhas. Além disso, o Rui Vinhas é da terra e o quarto ciclista de Sobrado a vencer a Volta", disse José Nunes à agência Lusa.

Este sobradense e confesso adepto do FC Porto relativizou o 'duelo' interno pela vitória na Volta protagonizado pelo bicampeão Gustavo Veloso e Rui Vinhas, que lhe sucedeu, adiantando que "a estratégia passava por ganhar o Veloso, mas houve uma boa colaboração da equipa e a vitória, que era o mais importante, ficou na equipa".

Para este adepto do ciclismo, a supremacia da equipa em Portugal e a parceria com o FC Porto deveriam de fazer repensar os objetivos.

"Acho que [a equipa] devia de ir, pelo menos, à Vuelta, em Espanha, e participar nos grandes prémios internacionais", sublinhou.

Esta aposta mais séria na internacionalização foi também partilhada por Adelino Ribeiro Lopes, pai de Nuno Ribeiro, diretor desportivo da equipa, e um espetador à distância da festa que tomava conta da equipa e dos adeptos.

"Em Portugal, [a W52-FC Porto] parece não ter concorrência e, se calhar, só a entrada do Benfica poderá fazer a coisa ficar mais complicada, depois do Sporting, embora com uma equipa formada à última da hora. Na minha opinião, era de apostar na Volta a Espanha", defendeu.

Sem falar com o filho, que colocou a correr ainda antes dos seis anos, desde o início da volta, Adelino Ribeiro Lopes confessou que agora acompanha menos de perto as provas de ciclismo, sem deixar de destacar a quarta vitória de um ciclista de Sobrado, depois de Fernando Moreira, Joaquim Leão, Nuno Ribeiro e, este ano, Rui Vinhas.

"Talvez tivesse mais povo hoje por o vencedor ser da terra. O importante era ganhar, mas, sinceramente, foi melhor ser um português a ganhar", referiu.

Por esta altura, os ciclistas celebravam no coreto do jardim central de Sobrado, já tradicional nestas comemorações, numa festa regada com muito champanhe, declarações aos fãs e algumas entrevistas improvisadas.

Quase todos tinham molhado bem a palavra e Ricardo Mestre, último português a vencer a Volta, em 2011, sucedendo ao seu atual diretor desportivo Nuno Ribeiro (2003), e agora destronado pelo colega de equipa Rui Vinhas brincou, num português sem travões, sobre a possibilidade de ?perder' a estátua que lhe erigiram numa rotunda em Manta Rota, no Algarve.

"A vida é um ciclo. Eu 'tirei' a estátua a um corredor de Sobrado [Nuno Ribeiro] e agora um corredor de Sobrado 'tirou-me' a estátua", referiu ao microfone do animador improvisado.

A população não arredou pé do coreto e ainda recebeu camisolas, banhos de champanhe e autógrafos dos ciclistas, numa festa sem hora para acabar.

O português Rui Vinhas venceu no domingo pela primeira vez a Volta a Portugal em bicicleta, após a décima e última etapa, um contrarrelógio entre Vila Franca de Xira e Lisboa, e ofereceu a quarta vitória seguida à equipa de Sobrado, Valongo, sendo acompanhado no pódio pelo colega de equipa galego Gustavo Veloso e por Daniel Silva (Rádio Popular-Boavista).

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