O ciclista esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) ascendeu hoje à liderança do Critério do Dauphiné, após vencer isolado a sexta etapa, à frente do seu arquirrival dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike).

Depois de desiludir no contrarrelógio da quarta tirada, o campeão em título da Volta a França lançou hoje um sério aviso aos seus grandes adversários na próxima edição do Tour, com uma demonstração de força nos quilómetros finais dos 126,7 entre Valserhône e Combloux, que cumpriu em 2:59.46 horas.

‘Pogi’ atacou a menos de oito quilómetros da meta e rapidamente ganhou margem para os principais candidatos ao triunfo final no Dauphiné, nomeadamente para o dinamarquês, que foi segundo a 1.01 minutos.

“O feeling estava lá, as pernas estavam a corresponder. Um minuto [para Vingegaard] é bom”, analisou o vencedor, confessando ter-se sentido “muito bem” e, por isso, ter decidido atacar no início da subida ao Côte de Domancy

O alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe) foi terceiro na etapa, a 1.21, com o camisola amarela Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) a perder 1.50 e, consequentemente, a liderança da geral – caiu para quarto, a 1.22.

Pogacar lidera agora com 43 segundos de vantagem sobre Vingegaard, com Lipowitz a ser terceiro, a 54.

Na primeira jornada alpina, a Visma-Lease a Bike endureceu a corrida no Côte de Mont-Saxonnex, a única contagem de montanha de primeira categoria da sexta etapa, escolhida por Lipowitz, segundo da geral à partida, para atacar.

Apesar de alcançar alguns dos fugitivos da tirada, o alemão não iria longe, sendo absorvido pelo grupo de favoritos quatro quilómetros depois, quando ainda faltavam percorrer cerca de quatro dezenas dos 126,7, entre Valserhône e Combloux, e Michael Leonard (INEOS) e Alex Baudin (EF Education-EasyPost) eram os únicos resistentes da fuga.

Com duas contagens de segunda categoria em pouco mais de seis quilómetros, a última das quais a coincidir com a meta, a UAE Emirates assomou à frente do grupo no início da subida ao Côte de Domancy e colocou em dificuldades Evenepoel, já há muito sem companheiros da Soudal Quick-Step para escoltá-lo.

A iniciativa da equipa dos Emirados ‘denunciou’ a intenção de Pogacar, que atacou a 7.500 metros da meta e rapidamente alcançou Baudin, sendo perseguido a solo por Jonas Vingegaard.

Após ter ficado aquém do esperado no ‘crono’ da prova francesa, principal ‘barómetro’ de forças antes da Volta a França, o campeão mundial de fundo afastou hoje qualquer dúvida sobre o seu estado de forma, dando um passo importante rumo à conquista do Critério do Dauphiné, uma das únicas corridas principais do ciclismo mundial ainda não inscritas no seu currículo.

Ruben Guerreiro, o único português em prova, foi 60.º, a 13.31 minutos do vencedor, e ocupa o 53.º lugar da geral, a 17.52 do esloveno da UAE Emirates.

No sábado, a etapa ‘rainha’ da 77.ª edição do Critério do Dauphiné vai percorrer 131,6 quilómetros entre Grand-Algueblanche e Valmeinier 1800, a última das três contagens de categoria especial incluídas na sétima etapa – as outras são os ‘temíveis’ Col de la Madeleine e Col de la Croix de Fer.