A organização da Volta a França em bicicleta retirou a queixa contra a espectadora que provocou uma queda na primeira etapa da 108.ª edição da prova, confirmou hoje o diretor do Tour.

“Essa situação alcançou proporções insanas. Queremos apaziguar os ânimos e, sobretudo, que a mensagem passe junto do público. Trata-se de recordar as medidas de segurança nas estradas do Tour”, justificou Christian Prudhomme, antes da partida para a sexta etapa da ‘Grande Boucle’, que liga Tours a Châteauroux, no total de 160,6 quilómetros.

A espetadora em causa, uma francesa de 30 anos, foi detida na quarta-feira, e continuava a ser ouvida hoje de manhã, no quadro de uma investigação criminal por “lesões involuntárias com uma incapacidade inferior a três meses, por manifesta violação deliberada de uma obrigação de segurança ou prudência”, informou a polícia de Finistère.

“A mulher entregou-se na esquadra de Landerneau ontem [quarta-feira] por volta das 13:00/14:00”, precisou o coronel Nicolas Duvinage, da polícia de Finistère, que no domingo anunciou a abertura de uma investigação criminal.

Na primeira etapa do Tour, disputada no sábado, a espetadora, que empunhava um cartaz para as câmaras de televisão, derrubou o alemão Tony Martin (Jumbo-Visma), que caiu desamparado no chão e foi atropelado por vários ciclistas, causando um ‘efeito dominó’ no pelotão.

Ainda no sábado, a organização da Volta a França anunciou que iria apresentar queixa contra a mulher na origem da queda ao quilómetro 46 da ligação entre Brest e Landerneau, que levou ao abandono imediato do alemão Jasha Sütterlin (DSM) e a várias mazelas entre os ciclistas envolvidos.

O ciclista espanhol Marc Soler (Movistar), que fraturou os dois pulsos na sequência dessa queda e abandonou o Tour, disse, na quarta-feira, numa entrevista ao diário espanhol ‘La Vanguardia’, que estava a ponderar apresentar queixa contra a espetadora.