Tadej Pogacar continua a acreditar que pode vencer a Volta a França em bicicleta pela terceira vez consecutiva, uma hipótese que o camisola amarela Jonas Vingegaard prefere ainda não abordar, a quatro dias do final em Paris.

“Estou otimista. Amanhã [quinta-feira], é mais um dia duro. Vamos tentar novamente”, prometeu o jovem esloveno da UAE Emirates, após conquistar, no alto de Peyragudes, a terceira vitória nesta edição e a nona em três presenças no Tour.

Vencedor da 17.ª etapa, diante de Vingegaard, Pogacar elogiou o trabalho da sua equipa, reduzida a outros três elementos, depois da desistência do polaco Rafal Majka, o seu ‘gregário’ favorito, por lesão.

“Só éramos quatro, e ganhar a etapa já é algo incrível. Podemos estar todos orgulhosos, porque sem o Rafal, o George [Bennett], o Vegard [Stake Laengen] e o [Marc] Soler não podemos tentar mais. Amanhã, é outra oportunidade. Para já, estou contente por ter vencido hoje”, assegurou.

O bicampeão em título destacou o trabalho do ‘rolador’ dinamarquês Mikkel Bjerg, hoje convertido em escalador, e de Brandon McNulty, o norte-americano que o levou até aos derradeiros 300 metros da etapa e que foi terceiro, a 32 segundos do duo da frente.

“O Mikkel hoje parecia um trepador, impôs um ritmo tão bom nas subidas. Foi inacreditável. Senti-me tão bem com esse ritmo, tão confiante, e sei que ele também. E o Brandon fez um trabalho incrível”, sustentou.

Apesar da performance dos seus companheiros, ‘Pogi’, de 23 anos, não conseguiu distanciar o camisola amarela, que cortou a meta atrás de si, sem perder tempo, à exceção dos quatro segundos de bonificação que o esloveno ganhou.

“[Pogacar] fez bons ataques hoje. Sabia que tinha de estar preparado, tinha de lutar. Estou satisfeito por ter conseguido manter-me com ele. Em finais como este, penso que ele é mais explosivo. Para mim, [a chegada] tinha de ser mais dura antes para eu poder fazer a diferença. Penso que, no final, posso estar feliz com a forma como correu” a etapa, declarou Vingegaard.

Ainda a adaptar-se às entrevistas, o tímido dinamarquês de 25 anos não se alongou na análise ao facto de ter ficado sozinho a mais de 20 quilómetros da meta, na penúltima subida da jornada.

“Nunca é bom ficar isolado. Se tivermos algum problema, pode ser um desastre. Mas a equipa correu de forma fantástica. Só éramos três na frente. O Pogacar tinha o McNulty, que estava super forte hoje. Não estou desapontado por ter ficado sozinho”, garantiu.

Questionado sobre se acredita cada vez mais que vai ganhar o Tour, o ciclista da Jumbo-Visma disse não querer pensar nisso.

“Vou dia a dia, farei o meu melhor todos os dias e veremos como será em Paris”, acrescentou, revelando que não lê jornais, seguindo um conselho da sua namorada, de forma “a controlar a pressão de ter a camisola amarela”.

Cada vez mais perto de acompanhar os dois jovens no pódio final, no domingo, nos Campos Elísios, está Geraint Thomas (INEOS), que hoje perdeu 2.07 minutos para o duo, mas consolidou o seu terceiro posto da geral, uma vez que tem os perseguidores a três minutos de distância.

“[O dia] foi ok, mas não me senti tão leve nos pedais como antes na corrida. Não me senti extraordinário hoje. Decidi esperar pelo grupo que vinha atrás em vez de tentar lutar sozinho e entrar na ‘reserva’. Preferi entrar naquele grupo do que correr o risco de explodir aqui [em Peyragudes] e, talvez, perder ainda mais tempo. Consegui poupar as pernas um bocado e depois ter uma prestação sólida até à linha”, analisou.

O experiente galês de 36 anos – é 11 mais velho do que Vingegaard e 13 do que ‘Pogi’ – perdeu o contacto com o duo e com McNulty no final dos 10,7 quilómetros de ascensão a Val Louron-Azet, esperou por um grupo que seguia mais atrasado e que incluía Romain Bardet (DSM), antes de enfrentar em solitário os últimos quilómetros da subida a Peyragudes, para ser quarto na meta.

O campeão do Tour2018 e vice-campeão da edição de 2019 afirmou que Pogacar mereceu a etapa, e admitiu ter ficado surpreendido com a prestação da UAE Emirates.

“Não esperava isso, especialmente do Bjerg. Penso que ele se superou, para o tipo de corredor que é. Quase me fez descolar”, notou o ciclista da INEOS.

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