A União Ciclista Internacional (UCI) demonstrou hoje o seu desconforto pelo convite endereçado a Lance Armstrong para estar presente numa iniciativa de caridade que terá lugar nas estradas da Volta a França deste ano.

O antigo ciclista norte-americano, irradiado do desporto devido a dopagem continuada, foi convidado pelo ex-futebolista inglês Geoff Thomas, também ele sobrevivente de cancro, para percorrer as estradas do próximo Tour um dia antes da passagem do pelotão oficial, numa iniciativa que visa angariar fundos para a luta contra o cancro.

Armstrong ainda não se pronunciou sobre o convite, nem confirmou a sua presença, no entanto publicou na sua conta do Twitter mensagens referentes ao evento, assim como um artigo no qual surge numa foto ao lado de Thomas.

“Concedo que alguns tenham dificuldade em aceitar o apoio que Armstrong pode proporcionar, mas o meu cálculo é simples: se a sua implicação […] puder ajudar a salvar uma única vida, então isso só pode ser uma coisa boa”, explicou o antigo futebolista em comunicado, indicando que espera angariar 1,4 milhões de euros.

De acordo com o antigo jogador do Crystal Palace, o papel exato que o texano, ex-recordista de vitórias na ‘Grande Boucle’, poderá desempenhar ainda está por decidir, mas poderá passar por fazer algumas etapas e supervisionar os treinos.

Se a direção do Tour ainda não se pronunciou, o mesmo não se pode dizer da UCI, que não perdeu tempo a repudiar o convite.

“É completamente despropositado e uma falta de respeito pelo Tour, pelos outros corredores, pela UCI e por todas as pessoas que lutam contra o doping”, reagiu o presidente da entidade.

Brian Cookson acredita, contudo, que Armstrong terá o bom senso de não participar na iniciativa.

Em 2012, o antigo ciclista, hoje com 43 anos, foi irradiado do desporto pelo envolvimento no “maior esquema de dopagem da história do desporto” e privado dos seus sete triunfos na Volta a França.