O presidente da União Ciclista Internacional (UCI) anunciou esta quarta-feira que o organismo vai entregar à Agência Norte-americana Antidopagem (USADA) e à Agência Mundial Antidopagem (AMA) os dados que possui sobre Lance Armstrong.

«A UCI vai transmitir à USADA e à AMA tudo aquilo que concerne aos procedimentos efetuados sobre Lance Armstrong desde 1999. Os primeiros elementos vão ser comunicados esta semana», prometeu Pat McQuaid, diante da comissão de inquérito do Senado francês sobre a eficácia da luta contra o doping.

Para punir Lance Armstrong, irradiado do desporto e desclassificado de todos os resultados desportivos desde 1998, a USADA contou com a colaboração de várias agências nacionais antidopagem, em particular a francesa (AFLD), mas queixou-se repetidamente da falta de apoio da federação internacional.

«A UCI não protegeu Armstrong», garantiu McQuaid, recordando que a entidade está a fazer um esforço para reparar as falhas de comunicação dos últimos anos e que o pelotão não é o mesmo que existia «há 10 ou 15 anos».

McQuaid revelou que os seus serviços não encontraram as análises às amostras suspeitas do antigo ciclista no Dauphiné Libéré de 2002, especificando ainda que os frascos da Volta à Suíça de 2011 que suscitaram dúvidas foram analisados.

«O problema é que, à época – em que eu não era presidente da UCI -, os testes de EPO [eritropoietina] não eram certificados. Um resultado devia ser positivo ou negativo, mas quando era considerado suspeito a UCI não podia agir. Não podíamos mesmo dizer que havia dúvidas, porque isso podia supor um processo contra nós. Podíamos apenas seguir o atleta na prova seguinte, que foi o que fizemos com Armstrong no Tour 2011», explicou.