O veterano espanhol Alejandro Valverde (Movistar) disse hoje não recordar uma etapa da Volta a França em bicicleta sem fugas, depois de o pelotão ter cumprido a quinta tirada em ritmo de passeio.
“A verdade é que não me lembro de uma etapa sem fugas, não deve acontecer desde há muito tempo”, assumiu o mais velho dos ciclistas da 107.ª edição da Volta a França, justificando que “falta muito Tour” e que o pelotão sabia que a chegada ia ser ao ‘sprint’.
O experiente espanhol, de 40 anos, notou aquilo que a agência EFE traduziu em números: desde 2008, que todas as etapas da Volta a França tiveram uma fuga de, pelo menos, 10 quilómetros, com exceção das últimas etapas das edições de 2012, 2013 e 2016, destinadas à consagração e à festa do camisola amarela e demais vencedores.
Ainda segundo a EFE, haveria que recuar à 16.ª etapa do Tour1995, entre Tarbes e Pau, para encontrar um ‘passeio’ semelhante, naquele caso justificado por uma homenagem ao italiano Fabio Casartelli, que morreu no dia anterior, ou à 17.ª etapa da edição de 1998, entre Albertville e Aix-les-Bains, marcada por uma greve dos ciclistas, em pleno caso Festina.
“Não houve nenhum tipo de pacto para que não houvesse fuga, aconteceu assim. No início, houve oportunidade para isso, porque os primeiros quilómetros eram a subir, mas [Thomas] De Gendt [Lotto Soudal] impôs um ritmo alto e as pessoas já estão a guardar forças”, resumiu o espanhol Jesús Herrada (Cofidis), negando qualquer tipo de boicote do pelotão.
Também o polaco Michal Kwiatkowski (INEOS) procurou explicar a letargia durante a etapa de hoje, que ligou Gap a Privas ao longo de 183 quilómetros, com uma publicação na sua conta na rede social Twitter: “Antes não houve esperança para as fugas, então não é nenhuma surpresa que não tenha havido alguém suficientemente corajoso hoje”.
Já De Gendt, um ‘habitué’ nas fugas da ‘Grande Boucle’, brincou com a situação, considerando ter estado na sua primeira escapada desta edição, desta feita com “172 ciclistas até a 10 quilómetros da meta”.
O ciclista belga Wout van Aert deu hoje a segunda vitória consecutiva à Jumbo-Visma na 107.ª Volta a França, ao impor-se ao ‘sprint’ na quinta etapa, com o francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep) a perder a camisola amarela para o britânico Adam Yates (Mitchelton-Scott), depois de ter sido penalizado em 20 segundos pelo colégio de comissários devido a abastecimento irregular.
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