Gustavo Veloso foi hoje o convidado de honra na festa de Raúl Alarcón, unindo-se à exaltação da supremacia da W52-FC Porto na 79.ª Volta a Portugal em bicicleta, à qual só Vicente García de Mateos (Louletano-Hospital de Loulé) escapou.

A vitória de Gustavo Veloso, à frente do incontestável vencedor Raúl Alarcón, no contrarrelógio de 20,3 quilómetros de Viseu era aquilo que faltava para que a festa dos ‘dragões’ fosse perfeita: foram seis etapas conquistadas (em 11), dois lugares no pódio (o segundo degrau foi ocupado por Amaro Antunes, que também ganhou a classificação da montanha), a geral por equipas e dez dias de amarelo.

Só dois rostos destoaram da mancha ‘azul e branca’ – os oito elementos dos ‘dragões’, tal como a equipa técnica, pintaram o cabelo de amarelo ou azul e levaram os miúdos ao pódio, num quadro verdadeiramente familiar -, com Vicente García de Mateos a levar a melhor sobre Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) na luta pelo terceiro lugar final, e a vestir ainda a camisola dos pontos, e o letão Krists Neilands (Isral Cycling Team) a ser o melhor jovem.

O contrarrelógio de Viseu foi o fiel reflexo daquilo que foi 79.ª edição: depois de um dia negro, o mais negro que viveu na prova em cinco anos, Gustavo Veloso tirou a espinha que tinha cravada, cumprindo os 20,3 quilómetros do técnico exercício individual em 26 minutos exatos.

“É assim o ciclismo”, resumiu o duplo campeão da prova (2014 e 2015), que depois de uma noite complicada, embalou, ao som da voz dos filhos, de quem se despediu via rádio mandando ‘bicos’ (beijos, em galego), para a sua segunda vitória em etapas nesta edição e a nona em todas as suas participações.

O emocionado Veloso teve de aguardar até ao último momento para saber que era o vencedor do dia, mas quando Raúl Alarcón cruzou a meta, de mãos a pedir aplausos, com um tempo 15 segundos pior, viu confirmado o triunfo, enquanto o alicantino se apressava a distribuir abraços entre colegas, staff e até seguranças.

Segundo no ‘crono’, diante do galego Alejandro Marque (Sporting-Tavira), que foi terceiro a 18 segundos e fugiu das entrevistas, o camisola amarela reforçou a liderança na geral, aproveitando a pior prestação de Amaro Antunes, que foi décimo, a 1.07 minutos do vencedor, e terminou a sua melhor Volta a 1.23 do primeiro lugar.

Com os dois primeiros lugares do pódio entregues aos ‘dragões’, o outro grande vencedor do dia acabou por ser García de Mateos. Exausto, depois de concluir o ‘crono’ a 36 segundos de Veloso, o espanhol do Louletano-Hospital de Loulé abriu um sorriso quando soube que era seu o terceiro lugar, a 5.25 de Alarcón.

Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira), que andou na meta às voltas até à aproximação do homem que pretendia destronar, foi quarto a 5.54 minutos, consumando a ‘desgraça’ do Sporting-Tavira, que sai desta edição sem qualquer triunfo e sem uma presença no pódio, mas com Marque, o campeão de 2013, no quinto lugar da geral, a 7.10 minutos.

João Benta (RP-Boavista) foi o melhor da sua equipa, na sétima posição, enquanto Henrique Casimiro superou Sérgio Paulinho, o verdadeiro fracassado desta edição, sendo oitavo.