A edição deste ano da ‘Alentejana’, cuja apresentação decorreu hoje na Câmara de Montemor-o-Novo, tem como novidades o facto de ter subido de escalão na hierarquia da União Ciclista Internacional (UCI) e de se realizar mais cedo do que o habitual, apresentando um pelotão de 152 ciclistas de 19 equipas, a maioria estrangeiras.

A alteração da data, ‘colada’ à Volta ao Algarve, e a subida de escalão resultam de uma estratégia para tentar que equipas do World Tour se mantenham em Portugal, afirmou aos jornalistas o diretor da Volta ao Alentejo em bicicleta, Joaquim Gomes.

“Cada vez mais, as grandes equipas do ciclismo internacional ponderam participar em provas portuguesas, desde que seja nos primeiros meses do ano”, referiu, considerando que, na edição deste ano, “já haverá um salto na qualidade das equipas”.

Contudo, o responsável notou que “grande parte das equipas que vão estar na Volta ao Algarve ainda não está estruturada para obedecer a esta estratégia”, esperando que os resultados surjam a “médio e longo prazo”.

Subindo de categoria para o escalão 2.1, a Volta ao Alentejo em bicicleta, que nos últimos anos tem decorrido nos meses de março ou abril, vai para a estrada no dia 22 deste mês, três dias depois de terminar a Volta ao Algarve.

O pelotão da ‘Alentejana’ vai contar com a participação de seis equipas portuguesas, todas do escalão continental (Sporting/Tavira, RP/Boavista, LA Alumínios–Metalusa, Efapel, Louletano–Hospital de Loulé e W52 FC Porto).

Do lote de equipas estrangeiras, sobressai a espanhola Movistar, a única do escalão World Tour na prova, que venceu o ‘ranking’ mundial em 2016 e que vai contar nas suas fileiras com os portugueses Nelson Oliveira e Nuno Bico.

As espanholas Caja Rural e Euskadi Basque Country Murias, a israelita Israel Cycling Academy, a colombiana Manzana Postobon Team e a russa GazProm – Rusvelo vão também participar na Volta ao Alentejo em bicicleta.

A lista fica completa com as norte-americanas Axeon Hagens Berman e Rally Racing, as norueguesas Team Coop e Team Sparebanker, a irlandesa An Post Chain Reaction, a polaca CCC Sprandi Polkowice e a holandesa Metec TKH.

Com cinco etapas, num total de quase 900 quilómetros, a prova vai começar em Portalegre, estando a chegada da primeira etapa marcada para Castelo de Vide, naquele que é o percurso mais pequeno e mais difícil com quatro contagens de montanha.

Na segunda tirada, os corredores vão percorrer as planícies do Alentejo entre Monforte e Portel, antes do terceiro dia de prova, que liga Mourão a Mértola, na etapa mais longa, com 208 quilómetros.

O quatro dia de prova tem como cenário o Litoral Alentejano, com início em Odemira e chegada a Alcácer do Sal, e a derradeira etapa vai ligar Ferreira do Alentejo a Évora, num total de quase 170 quilómetros.

Nas 34 edições da ‘Alentejana’, nunca nenhum ciclista conseguiu vencer a prova por duas vezes, mas, este ano, entre os ciclistas pré-inscritos, está o espanhol Carlos Barbero (Movistar), que pode quebrar a tradição se repetir a vitória de 2014.

A Volta ao Alentejo em bicicleta é organizada pela Podium Events e pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC).