Geraint Thomas está ‘aliviado’ depois de ter oficializado que esta será a sua última época, na qual gostaria de ganhar e de estar na Volta a França, com o ciclista galês a querer “absorver tudo” na sua despedida.

Não era propriamente um segredo, até porque o próprio já o tinha sugerido, mas o campeão do Tour2018 recorreu na segunda-feira às redes sociais para oficializar que esta será a sua última temporada, após 19 anos como profissional.

“Era algo que eu sabia há algum tempo, mas foi um bocado estranho anunciá-lo a toda a gente. Não é que fosse um segredo… fiquei surpreso com o impacto nos medias britânicos, confesso”, assumiu em Portimão, antes da partida para a primeira etapa da 51.ª Volta ao Algarve.

A caminho de completar 39 anos, ‘G’ sentiu que tinha chegado a hora de parar, após uma carreira incrivelmente bem-sucedida, na qual ocupou todos os degraus do pódio na Volta a França – foi segundo em 2019 e terceiro em 2022 – e foi ‘vice’ no Giro2023, sendo terceiro no ano passado.

Além da estrada, onde somou 25 triunfos e ganhou algumas das principais provas por etapas, como o Paris-Nice (2016), o Critério do Dauphiné (2018), a Volta à Suíça (2022), o bicampeão da ‘Algarvia’ (2015 e 2016) conquistou dois ouros olímpicos na pista.

“Foi bom tê-lo anunciado, porque agora posso desfrutar este último ano sabendo que a notícia já se sabe. Estou expectante para esta corrida”, afirmou.

O galês da INEOS está a “tentar absorver tudo”, porque “a última temporada não vai durar para sempre”.

“Tenho uma grande vida como desportista profissional. Vou aproveitar ao máximo e tentar desfrutar da competição, de estar com os rapazes. Obviamente, [a vida de atleta] também tem aspetos complicados, como perder peso e todo esse tipo de coisas”, concedeu o galês, que nunca escondeu que nas férias se ‘vinga’ das restrições a que é obrigado durante a época.

Um dos ‘clássicos’ do pelotão, pela postura antivedeta, disponibilidade e honestidade – é dos poucos que não teme pronunciar-se em temas polémicos -, Thomas promete dedicar o seu último ano ao trabalho de equipa, aliás como fez durante parte da sua carreira, nomeadamente quando contribuiu para as quatro vitórias do compatriota Chris Froome na Volta a França.

“Vou sofrer por um minuto e trabalhar no duro no próximo mês. Fazer o melhor pelos rapazes. Seria bom ganhar uma corrida no meu último ano, adoraria ir ao Tour uma última vez. Vamos ver”, revelou o corredor que conta com 21 participações em grandes Voltas, incluindo 13 na ‘Grande Boucle’.

Para a sua ‘tournée’ de despedida, ‘G’ escolheu a Volta ao Algarve, uma prova com “um bom percurso”, que “este ano mudou um pouco com o contrarrelógio” que termina no alto do Malhão, no domingo.

“Sempre encarei esta corrida como uma boa maneira de começar [a temporada]. Claro que antes na minha carreira estava definitivamente mais preparado para competir no duro e lutar pela vitória, mas agora demoro mais tempo a ganhar forma. Mas sempre gostei de correr aqui”, concluiu.

A 51.ª Volta ao Algarve arrancou em Portimão e termina no domingo, com uma cronoescalada até ao alto do Malhão.