O campeão nacional de fundo sub-23, Noah Campos (Gi Group Holding-Simoldes-UDO), e João Martins (Rádio Popular-Paredes-Boavista), entre a estrada e a pista, são dois ‘caloiros’ na 85.ª Volta a Portugal em bicicleta, procurando espaço e afirmação.

Aos 19 anos, Noah Campos já sentiria como “um feito bastante grande” conseguir terminar a corrida de proa do calendário velocipédico português, “tendo em conta o nível da corrida e dos ciclistas”.

Em entrevista à Lusa, o jovem natural de Loulé começou a pedalar aos quatro anos, no BTT, formando-se no BTT Terra de Loulé até cadetes, seguindo para a estrada em juniores, com a equipa de Roriz.

O ‘salto’ para a Gi Group Holding-Simoldes-UDO trouxe-lhe novas experiências entre os seniores, embora tenha ‘brilhado’ também na Volta a Portugal do Futuro, com a vitória na terceira etapa e o 15.º lugar final.

Mais adepto de clássicas e de terrenos menos montanhosos, Campos teve um ponto alto nos Nacionais de estrada, ao ser segundo no contrarrelógio e o primeiro lugar na corrida de fundo, sagrando-se campeão nacional sub-23 aos 19 anos.

“Gostava que o meu futuro fosse correr no estrangeiro, numa equipa ProContinental ou WorldTour. Melhor não poderia ser”, admite.

O ciclista vê a estrada “como um jogo, com mais oportunidades de se ganhar, além de que nem sempre ganha o mais forte”, e está dedicado a 100% ao desporto.

Na Volta, uma corrida “que não é muito a jeito, pelas subidas e terreno mais acidentado”, quer “tirar muita experiência, para ajudar bastante no futuro” e auxiliar os colegas de equipa.

Mais velho um ano, João Martins vem de Vila Nova de Gaia para um “ambiente completamente diferente, um sonho de menino tornado realidade”, ainda que se estreie na Volta pouco depois de um acidente com uma viatura automóvel que lhe provocou uma fratura na clavícula e num dente.

Quer ajudar a equipa e disputar as poucas etapas propícias a sprinters, uma especialidade que divide com o ciclismo de pista, em que vai integrando a seleção nacional no ‘laboratório’ do Velódromo Nacional de Sangalhos.

Também Matins venceu na Volta a Portugal do Futuro, acrescentando-lhe duas tiradas em que ficou no top 10 na Volta ao Alentejo.

Um dos ‘caloiros’ do pelotão nacional confessa que nunca lhe fizeram “nada de mais” em partidas ou outras iniciações, até porque é “muito perspicaz apesar de muito jovem”.

“Às vezes, até sou eu que ajudo a fazer partidas [aos outros]. Sou muito levado à brincadeira e ao riso, acho que é do mais importante do ciclismo. Estamos aqui para conviver. Somos uma equipa unida, muito brincalhona, e isso faz de nós melhor equipa, dentro e fora da equipa”, afirma.

A 85.ª Volta a Portugal em bicicleta está na estrada até 04 de agosto, terminando em Viseu com um contrarrelógio individual.