Chris Froome voltou a demonstrar grande forma, na etapa de hoje da Volta a Espanha em bicicleta, e ganhou tempo a quase todos os rivais pela camisola vermelha, símbolo de líder da Vuelta.

O britânico, que é chefe de fila da Sky, terminou com distinção a 14.ª etapa, a primeira com chegada em escalada 'especial', cortando a meta em quarto, com o mesmo tempo do segundo da geral, o italiano Vicenzo Nibali (Bahrain), que está a 55 segundos e parece ser o único que ainda pode dar luta na última semana da Vuelta.

A etapa, de 175 quilómetros entre Écija e o Alto de La Pandera (um dos mais altos no sul de Espanha e já tradicional na Vuelta), foi ganha por um trepador, como seria de prever - o polaco Rafal Majka (Bora-Hansgrohe), que se isolou do grupo em fuga a uma dezena de quilómetros do fim e depois resistiu a todos, com brio.

O grupo em fuga, de dez elementos, formou-se cedo na etapa, aos 20 quilómetros, e incluia dois portugueses, Rui Costa (UAE) e Ricardo Vilela (Manzana Postobon). Chegaram a ter sete minutos de avanço, o que nunca incomodou os primeiros da geral.

Majka venceu em 4:42.10 horas, deixando a 26 segundos o talentoso escalador colombiano Angel López (Astana). Aos 23 anos, já com uma vitória nesta Vuelta, o jovem ciclista sul-americano é já uma das figuras da prova.

Pouco depois, a 31 segundos, entraram, 'irmanados', Nibali e Froome, a ganhar tempo aos adversários mais diretos, como o colombiano Esteban Chavez (Orica-Scott), que teve de ceder o terceiro lugar da geral, agora ocupado pelo holandês Wilco Keldermans (Sunwebb), a 2.17.

Rui Costa, bastante atrasado na geral, quase a 50 minutos da camisola vermelha, já tinha dito que prescindia de um bom lugar final por uma vitória na etapa e hoje voltou a tentar o triunfo.

Quando o grupo da frente se reduziu a cinco, estava lá, entrando assim na escalada de 12 quilómetros de La Pandera, que tem um declive médio de 7,3%.

Aí, Majka atacou forte e Costa, com Patrick Konrad (Bora-Hansgrohe), foi dos últimos a perder o polaco de vista, já quando o grupo de Froome encurtava rapidamente distâncias.

Rui Costa foi o último a ser 'caçado', a quatro quilómetros da meta, e depois desinteressou-se por completo da etapa, entrando em 25.º, a 5.33. Na geral, sobe dois postos, para 34.º, a 54.26 de Froome.

Ricardo Vilela renunciara à fuga ainda antes de La Pandera. Acabou por cortar em 49.º, a 16.55, e na geral sobre a 50.º, a 1.24.46.

Os outros dois portugueses na corrida encararam a etapa sem pressão em entraram em pelotões mais atrasados: Nélson Oliveira (Movistar) em 82.º (a 20.42) e Rafael Reis em 125.º (a 29.02).

Nélson Oliveira desce para 35.º (a 55.10) enquanto Rafael Reis sobe para 132.º ( a 2:45.45).

No domingo, a 15.ª etapa promete ser ainda mais demolidora, com a segunda tirada consecutiva a acabar em categoria especial, em plena Serra Nevada. São 129,4 quilómetros, entre Alcalá la Real e a mais alta das serras da Espanha continental.