O esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) deu hoje mostras da boa forma ao vencer a sua segunda etapa na Volta a Espanha em bicicleta, na oitava tirada, e aproximou-se do líder da geral, o equatoriano Richard Carapaz (INEOS).
Depois de ter vencido na primeira tirada, o esloveno, vencedor da Vuelta em 2019 e antigo líder da prova, cumpriu os 164 quilómetros de Logroño a Alto de Moncalvillo em 4:07.08 horas.
Um ataque na ascensão final a Moncalvillo permitiu-lhe distanciar Carapaz, segundo a 13 segundos, com o irlandês Dan Martin (Israel Start-Up Nation) no terceiro posto, a 19.
A liderança do equatoriano na Vuelta ficou hoje encurtada, passando a ter apenas 13 segundos para Roglic, que subiu a segundo depois de começar o dia em quarto à geral, enquanto Martin segue a 28.
Depois de um dia mau no Formigal, a subida de domingo, na sexta etapa, Roglic voltou hoje ao melhor nível num final explosivo, numa subida a Moncalvillo que admitiu ser "mais dura do que o esperado", com muitas movimentações, e logo num dia em que perdeu o colega de equipa holandês Tom Dumoulin, que abandonou.
Roglic, que foi segundo na Volta a França, não parece acusar o cansaço, mas antes a boa forma, de um 2020 ‘compacto', devido à pandemia de covid-19, na qual já venceu o ‘monumento' Liège-Bastogne-Liège, além dos esforços no Tour e de se sagrar campeão esloveno de fundo.
"Foi um arranque lento e aborrecido, mas depois o ritmo subiu, ficou super rápido e difícil. Fiz a última subida pela primeira vez na vida. (...) Gosto de ganhar sempre, por isso se vir uma oportunidade pequena, aproveito-a. Foi muito duro hoje, e felizmente tive as pernas e pude ganhar a etapa. É bom ganhar tempo [na geral], mas acima de tudo é levar a etapa", explicou o esloveno.
Perante um grupo cada vez mais restrito, já nos últimos dois quilómetros, o russo Aleksandr Vlasov (Astana) tentou seguir para a vitória em etapa, com Carapaz na perseguição.
O equatoriano viria, depois, a ser distanciado pelo esloveno, no primeiro ‘mano a mano' isolado do resto dos favoritos entre os dois homens, que ainda trazem ‘à perna' o irlandês Dan Martin, a mostrar-se consistente.
A fuga do dia voltou hoje a integrar o português Rui Costa (UAE Emirates), muito interventivo nas etapas de montanha desta Vuelta, mas ficou arredada de disputar o triunfo, ao contrário do que aconteceu nas últimas duas tiradas.
Integrados os fugitivos e já a caminho do Alto, o espanhol Alejandro Valverde (Movistar), que hoje subiu a oitavo na geral, aproveitou o trabalho de Nelson Oliveira na frente do pelotão, durante largos quilómetros a selecionar o grupo, para desferir um ataque a 6.500 metros.
Gorado esse esforço, a Movistar concentrou-se em não perder muito tempo para os homens da frente, seguindo o também espanhol Enric Mas em quinto, antes de um ataque do britânico Hugh Carthy (Education First).
Carthy foi um dos mais penalizados do dia, ao cair para o quarto posto da geral, após ter tido a trabalhar para si o canadiano Michael Woods, que terça-feira venceu a sétima etapa, numa tentativa que, então, foi ‘apanhada' pelo norte-americano Sepp Kuss (Jumbo-Visma), colega de Roglic.
Nelson Oliveira cortou a meta em 54.º e subiu cinco postos na geral, para 51.º, enquanto Rui Costa caiu para 35.º após ser hoje 81.º posicionado, com Ricardo Vilela (Burgos-BH) a reentrar no ‘top 100', para o 93.º posto, e Ivo Oliveira (118.º) e Rui Oliveira (143.º), irmãos e ciclistas da UAE Emirates, a completarem o quinteto luso em prova.
Na quinta-feira, a nona etapa liga Castrillo del Val a Aguilar de Campoo em 157,7 quilómetros, num dia propício a uma chegada ao ‘sprint', sem contagens de montanha.
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