O australiano Richie Porte (BMC) e o britânico Simon Yates (Mitchelton-Scott) são os principais favoritos à conquista da Volta a Espanha em bicicleta, que arranca no sábado em Málaga sem o vencedor de 2017, o britânico Chris Froome (Sky).
Porte e Yates arrancam como favoritos numa edição que decorre até 16 de setembro, com um total de 21 etapas e 3.254,7 quilómetros, incluindo oito etapas com chegada em alto, a favorecer trepadores experientes que terão de responder bem nos dois contrarrelógios individuais.
Málaga recebe já no sábado o primeiro ‘crono’, uma espécie de prólogo a testar os candidatos num traçado de oito quilómetros, que poderá fazer diferenças de tempo antes da primeira etapa de montanha, no quarto dia.
Porte, a quem o ‘azar’ tem batido várias vezes à porta, razão pela qual nunca terminou acima de quinto nenhuma das ‘grandes voltas’, traz consigo o irlandês Nicolas Roche como grande ajuda, mas terá pela frente um Yates motivado pela liderança, da sexta à 18.ª etapa, da Volta a Itália.
O britânico, acompanhado pelo irmão, Adam, entre outros nomes numa equipa feita ‘à medida’, quererá melhorar o sexto lugar conseguido na ‘Vuelta’ de 2016, num quadro de favoritos ‘órfão’ Froome, cuja vitória no ano passado de ficou ensombrada por suspeitas de práticas de doping, das quais seria ilibado.
Sem os principais nomes – Geraint Thomas, vencedor da Volta França, também está ausente - a Sky aposta no espanhol David López e no jovem britânico Tao Geoghegan Hart para lutar pela geral, ainda que outro dos nomes mais falados para a discussão do pódio final seja o do colombiano Miguel Ángel López (Astana).
López foi oitavo em 2017 e, aos 24 anos, terminou no terceiro lugar o ‘Giro’ deste ano, pelo que poderá tentar conseguir a primeira grande vitória de uma carreira promissora.
De resto, a lista de candidatos inclui quatro antigos campeões, entre eles o duo da Movistar composto pelo espanhol Alejandro Valverde e o colombiano Nairo Quintana, que terão a companhia do português Nelson Oliveira.
O italiano Vincenzo Nibali (Bahrain-Mérida), vencedor em 2010 e segundo em 2017, vai ostentar o dorsal número um na ausência de Froome e é outro nome a ter em conta, bem como o seu compatriota Fabio Aru (UAE Team Emirates), campeão em 2015, ou o holandês Stephen Kruijswijk (LottoNL-Jumbo), quinto na Volta a França.
Na Katusha-Alpecin, que conta com os portugueses Tiago Machado e José Gonçalves, este último 14.º no ‘Giro’ deste ano, aposta no russo Ilnur Zakarin, terceiro em 2017, enquanto a Burgos-BH, incluída a convite da organização, terá no português José Mendes e no holandês Jetse Bol as principais figuras.
Com o primeiro arranque com ‘crono’ individual em nove anos, a ‘Vuelta vai testar os corredores com oito chegadas em alto ao longo da prova e muita montanha para testar os trepadores, com particular enfoque para a última semana.
Após o segundo e último dia de descanso, e depois do segundo contrarrelógio, a montanha aparece em ‘força’, com a 18.ª etapa a exceção, destinada aos ‘sprinters’, e o 19.º e 20.º dias, em Andorra, será a ‘prova de fogo’ para os candidatos finais.
Na 20.ª etapa, o pelotão vai percorrer apenas 97,3 quilómetros, mas atravessa seis subidas categorizadas e mais de 4.000 metros de desnível positivo acumulado, com a meta instalada no Col de la Gallina como derradeiro teste antes do último dia, um ‘passeio’ de entrada em Madrid, junto à praça Cibeles.
Entre os ‘sprinters’, o destaque vai para o tricampeão mundial, o eslovaco Peter Sagan (BORA-hansgrohe), vencedor da camisola verde do ‘Tour’ pela sexta vez, mas também o francês Nacer Bouhanni (Cofidis), o campeão italiano de fundo Elia Viviani (Quick-Step Floors), vencedor da classificação por pontos da Volta a Itália, ou o campeão europeu, o também italiano Matteo Trentin (Mitchelton-Scott), vencedor de quatro etapas em 2017.
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