Caso chegue vestido de vermelho ao final do contrarrelógio em Santiago de Compostela em 05 de setembro, Roglic vai repetir os feitos do espanhol Roberto Heras (2003 a 2005), recordista de títulos na Vuelta, com quatro, e do suíço Tony Rominger (1992 a 1994).

Depois de uma queda o ter afastado da luta pela vitória no Tour, Roglic reergueu-se e conquistou de forma categórica o ouro no 'crono' em Tóquio2020, partindo como favorito à conquista da 76.ª edição da Vuelta.

O esloveno será um dos três campeões olímpicos em Tóquio presentes nas estradas espanholas, juntamente com o equatoriano Richard Carapaz, vencedor da prova de fundo de estrada, e o britânico Thomas Pidcock, ouro no 'cross country', ambos ciclistas da INEOS.

Carapaz, segundo na Vuelta em 2020 e terceiro no Tour esta temporada, surge como um dos candidatos a poder colocar em perigo o triunfo de Roglic, juntamente com o colombiano Egan Bernal, vencedor do Giro deste ano e que faz a estreia em Espanha, igualmente da britânica INEOS, que traz ainda o britânico Adam Yates.

Sem qualquer vencedor espanhol desde Alberto Contador em 2014, o país anfitrião deposita as suas principais esperanças em Mikel Landa (Bahrain-Victorius), que caiu no Giro e que não conseguiu responder às expectativas nas quatro presenças anteriores na Vuelta, em que nunca conseguiu entrar no ‘top-20’.

Vencedor em 2009 e com mais seis presenças no pódio da Vuelta, o veterano espanhol Alejandro Valverde (Movistar), de 41 anos, será, com certeza, um dos animadores da prova, mas dificilmente conseguirá estar na luta pela camisola final.

A única equipa espanhola do WorldTour apresenta outros dois nomes fortes para a luta à vitória final, o espanhol Enric Mas e o colombiano Miguel Ángel López, segundo e terceiro em 2018, respetivamente, dois ciclistas com vários ‘top-10’ em grandes Voltas.

Dos anteriores vencedores apenas se apresenta em prova o italiano Fabio Aru (Qhubeka NextHash), que conquistou a Vuelta em 2015, mas que não consegue qualquer triunfo desde 2017.

Com nove presenças no 'top-10' em grandes Voltas, o colombiano Rigoberto Urán é sempre um nome a ter em conta na luta pelos lugares cimeiros, liderando uma EF Education-Nippo que traz também o britânico Hugh Carthy, terceiro classificado na Vuelta do ano passado

Num lote de outros nomes que se podem intrometer na luta pelos lugares cimeiros estão o russo Aleksandr Vlasov (Astana), o alemão Maximilian Schachmann (Bora-hansgrohe) e os franceses Romain Bardet (DSM) e Guillaume Martin (Cofidis).

O português Nelson Oliveira, que vai participar pela 15.ª vez numa grande Volta, terá como principal missão trabalhar para os líderes da Movistar, podendo ter liberdade para tentar entrar numa fuga.

Pelo segundo ano consecutivo, Rui Oliveira foi escolhido pela UAE Emirates para participar na Vuelta, completando o lote de portugueses que vão participar na corrida.

A Vuelta vai começar e fechar com contrarrelógios, o primeiro em Burgos, com apenas oito quilómetros, terminando a prova com 33,7 quilómetros de exercício individual entre Padrón e Santiago de Compostela, onde será conhecido o vencedor da prova.

Num total de 3.336,1 quilómetros, a Vuelta terá oito chegadas em alto ou com contagens de montanha nos quilómetros finais, com os ciclistas a terem de passar por 45 contagens de montanha (três de categoria especial, 13 de primeira, 13 de segunda e 16 de terceira).