Rui Oliveira tudo fez hoje para terminar um 'jejum' de mais de três anos sem ganhar uma prova de ciclismo, mas acabou por ser segundo na 19.ª etapa da Vuelta, batido pelo dinamarquês Magnus Cort Nielsen.
O português da UAE Team Emirates chegou à meta de Monforte de Lemos integrado num pequeno grupo de fugitivos e fez-se ao 'sprint', em que o mais forte voltou a ser o ciclista da EF Education-Nippo, ele que já tinha vencido, nesta Volta a Espanha, as sexta e 12.ª etapas.
Cort Nielsen confirma-se como um dos pilares da EF Education-Nippo, sabendo como ganhar isolado, em 'sprint' compacto ou em pequeno grupo, como foi hoje o caso.
Para Rui Oliveira, pensou-se que hoje seria o seu dia, pela forma como esteve sempre bem no grupo de fugitivos - foi ele quem deu 'caça', a 33 quilómetros da meta, à tentativa do norte-americano Quinn Simmmons, da Trek-Segafredo.
Essa movimentação de Simmons e Oliveira foi decisiva para que um grupo inicial de 24 fugitivos se reduzisse a pouco mais de meia dúzia, que soube gerir um avanço que já não era muito grande, na casa dos 30 segundos.
Rui Oliveira prolonga assim um pouco mais o 'jejum' de vitórias, já que não ganha há três anos e 72 dias, quando foi campeão nacional de estrada de sub-23.
Cort ganhou em 4:24.54 horas a etapa Tapia-Monforte de Lemos (191,2 km), à frente de Oliveira, Simmons e quatro ciclistas, com o primeiro pelotão a 18 segundos, incluindo o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), camisola vermelha e 'anunciado' vencedor da Vuelta, que termina no domingo em Santiago de Compostela.
A etapa, sem ser terrível em termos de montanha, tinha as suas dificuldades e 'partiu' o pelotão em dois, com muita gente a ficar atrasada, mas ninguém do top-10. Na geral, a única alteração relevante foi o facto de o sul-africano Louis Meintjes (Intermarché Wanty - Gobert Matériaux), que era 10.º, ter abandonado, na sequência de uma queda a 40 quilómetros, em que também esteve envolvido o britânico James Knox (Deceuninck-Quick Step), o que permite a subida do espanhol David de La Cruz a 10.º.
Com apenas mais uma etapa antes do contrarrelógio final de Santiago de Compostela, a 'passadeira vermelha' parece firmemente estentida para Roglic, o vencedor das duas últimas edições da Vuelta.
Sem alterações, prossegue com 2.30 minutos de vantagem para Enric Mas (Movistar), segundo, e 2.53 para Miguel Ángel López (Movistar), terceiro. O quarto, o australiano Jack Haig, da Bahrain-Victorious, está já a 4.36.
No balanço das subidas e descidas, Rui Oliveira progride um pouco na tabela, melhorando quatro lugares. Agora, é o 76.º, a 3:12.39 de Roglic.
Nelson Oliveira (Movistar), o outro português em prova, subiu sete lugares, para a posição 78, a 3.14.12.
Hoje, entrou em 38.º, no primeiro pelotão, consegue subir mais porque os ciclistas que estavam imediatamente à frente atrasaram-se na tirada.
No sábado, a 20.ª etapa liga Sanxenxo a Mos. Castro de Herville, ao longo de 202,2 quilómetros, numa etapa com cinco contagens de montanha e que vai terminar com uma chegada em alto. Sem ser das etapas mais difíceis, tem tudo para ser bastante movimentada e capaz de provocar alterações na geral.
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