Em Molina de Aragón, Jakobsen 'sprintou' sem medo, numa chegada em pelotão compacto, superando na linha da meta o francês Arnaud Démare (Groupama-FDJ) e o dinamarquês Magnus Cort (EF Education-Nippo), segundo e terceiro, respetivamente, nesta etapa de 163,9 quilómetros iniciada em Burgo de Osma.

O estónio Rein Taaramae (Intermarché-Wanty-Gobert) caiu a menos de três quilómetros, mas não foi penalizado por isso, pelo que mantém a liderança individual, com os mesmos 25 segundos de avanço sobre o francês Kenny Elissonde (Trek-Segafredo) e 30 sobre o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), vencedor das últimas duas edições da Vuelta.

A história de Jakobsen, 24 anos, é singular e espelha uma rápida recuperação incrível, de quem nem se sabia se ia regressar à modalidade. Há um ano, na primeira etapa da Volta à Polónia, Jakobsen foi, no 'sprint', atirado para as barreiras laterais por Dylan Groenewegen e fraturou o crânio, com gravidade, e o palato também.

O regresso do 'sprinter' da Deceuninck-QuickStep foi-se fazendo aos poucos, a partir de abril na Volta a Turquia. Em julho, já demonstrava que não ficou com medo e ganhou duas etapas da Volta à Valónia.

"É um sonho tornado realidade. Depois da queda, foi um caminho complicado para regressar. Mas muita gente acreditou em mim, é um bocado a vitória deles", disse, no final da tirada, o vencedor, emocionado.

Jakobsen demonstrou muita força no final, sobretudo nos últimos 50 metros, a responder ao primeiro ataque de Arnaud Démare, superiormente bem lançado por Jacopo Guarnieri.

Com o sucesso de hoje Jakobsen arrebata a camisola verde, dos pontos, enquanto a vermelha, da liderança geral, continua com Taaramae.

O estónio teve um dia tranquilo, só sobressaltado pela queda, sem consequências físicas, já em Molina de Aragón.

A 11 quilómetros da meta 'morria' a fuga de um trio de segundas linhas, composto pelos espanhóis Joan Bou, da Euskatel Euskadi, e Carlos Canal e Angel Madrazo, ambos da Burgos BH. O mais bem posicionado estava a 7.25 minutos do líder, pelo que nunca houve perigo real para Taaramae.

Com a aceleração da parte final, Taaramae foi numa das 'ondas' de queda coletiva. Em poucos segundos reergueu-se e fez-se ao caminho, 'confortado' por saber que ia ser creditado com o tempo do vencedor do dia.

No pelotão chegaram os portugueses Rui Oliveira (AE-Team Emirates), em 15.º, e Nélson Oliveira (Movistar), em 154.º.

Na geral, Rui Oliveira sobe dois lugares, para 107.º, a 13.10, e Nélson Oliveira mantém o 124.º, a 14.52.

Na quarta-feira, a etapa tem 184,4 km e liga Tarancon a Albacete, sem qualquer subida para o prémio da montanha.