A Agência Mundial de Antidopagem (WADA) anunciou esta terça-feira que seria necessário «um milagre» para reabrir o caso do ciclista norte-americano Lance Armstrong, irradiado do desporto depois de admitir o recurso ao doping de 1999 a 2005.
Armstrong, de 42 anos, tinha informado numa entrevista, na segunda-feira, que ajudaria a descobrir a extensão do doping no ciclismo desde que fosse tratado da mesma forma que os seus colegas de profissão que acusaram doping. Para estes não houve suspensão vitalícia.
«Eu vejo isto como passado e seria necessário algo próximo de um milagre para vê-lo avançar no seu caso. Ele não cooperou, ele não se defendeu das acusações. Não houve nenhuma vontade de dizer ‘eu quero dar uma ajuda substancial’», respondeu John Fahey, presidente WADA, numa entrevista coletiva na Conferência Mundial sobre o Dopagem, em Joanesburgo.
Fahey relembrou que qualquer decisão de reabrir o caso de Armstrong teria que vir da Agência Norte-americana de Antidopagem (USADA), que o proibiu em primeiro lugar, e, mesmo assim, o texano necessitaria de «um belíssimo caso» para o seu pedido ser aceite na Agência Mundial de Antidopagem.
Brian Cookson , o novo presidente da UCI, entidade mundial do ciclismo, prometeu criar uma comissão independente para descobrir a extensão do doping no ciclismo.
A esse respeito, o presidente da WADA mostrou-se confiante, acreditando «que isso vai acontecer dentro de algumas semanas e não em meses».
«Há algum trabalho a ser feito, mas a boa vontade parece estar lá», lembrou Fahey.
Para além de ter sido banido de qualquer desporto para o resto da vida, Lance Armstrong também viu serem-lhe retirados os sete Tours de França que havia conquistado, a medalha de bronze ganha nos Jogos Olímpicos de 2000, em Sidney, e as restantes provas que venceu durante o período em que consumiu doping.