O piloto australiano de Fórmula 1 Mark Webber, também ele antigo praticante amador de ciclismo, considerou hoje que o escândalo de doping que envolve o norte-americano Lance Armstrong «é uma boa mensagem para todas as modalidades».
A um dia dos primeiros treinos livres para o Grande Prémio da Coreia, 16.ª prova do Mundial de Fórmula 1. Webber, da Red Bull, aceitou comentar aos jornalistas o relatório de 1.000 páginas da Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA) que justifica a irradiação do ciclista.
«É bom que tentem limpar a sua modalidade e este caso envia uma mensagem a todos os desportos: o que alcançamos na carreira, e como o conseguimos, pode ser sempre alvo de escrutínio», considerou Webber, atual quinto classificado do Mundial de Fórmula 1.
Webber admitiu que o caso de envolve Lance Armstrong «é decepcionante» e que acabou por ser derrubada «a maior árvore da floresta».
«Sempre fui um grande adepto do ciclismo, mas esse sentimento tem vindo a diminuir nos últimos anos», reconheceu Webber.
O espanhol Fernando Alonso (Ferrari), líder do Mundial, também aceitou falar deste caso na conferência de imprensa que lançou o Grande Prémio da Coreia, considerando que Armstrong «sempre foi um grande ídolo para muitas pessoas».
«Eu adoro andar de bicicleta. Apesar de tudo o que aconteceu, Armstrong continua a ser uma grande fonte de inspiração para muitos, apesar de tudo o que aconteceu», afirmou Alonso.
A USADA garantiu quarta-feira deter provas «esmagadoras» de que Armstrong esteve envolvido no caso de dopagem «mais sofisticado» da história, para ganhar sete edições do Tour.
Em comunicado, a USADA escreveu que a equipa US Postal, ao serviço da qual o norte-americano venceu sete sete edições da Volta a França, um recorde, montou «o programa de dopagem mais sofisticado, profissional e conseguido jamais visto na história do desporto».
As provas são «esmagadoras» e representam mais de 1.000 páginas, com testemunhos de 26 pessoas, incluindo 15 corredores «com conhecimento das atividades dopantes no seio da US Postal», precisou o presidente da USADA, Travis T. Tygart.
Entre estes, estão 11 ciclistas que foram colegas do heptavencedor do Tour: Frankie Andreu, Michael Barry, Tom Danielson, Tyler Hamilton, George Hincapie, Floyd Landis, Levi Leipheimer, Stephen Swart, Christian Vande Velde, Jonathan Vaughters e David Zabriskie.
O antigo ciclista optou por não responder às acusações da USADA, sendo automaticamente irradiado pela agência, que lhe retirou todos os resultados a partir de 1998.
No entanto, apenas a União Ciclista Internacional (UCI) tem legitimidade para anular os triunfos do “Boss”, alcunha pela qual era conhecido no pelotão.
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