Um Pavilhão Atlântico vestido de vermelho, numa réplica quase perfeita do Estádio da Luz, recebeu a final da UEFA Futsal Cup.

Começaram cautelosas as duas equipas. Ambas, Benfica e Interviú de Madrid apostavam em explorar o primeiro erro do adversário.

E foi Ricardinho a conseguir aproveitar esse primeiro deslize. O 10 encarnado aproveitou para servir Joel e no meio da confusão de pernas na área espanhola o avançado do Benfica não conseguiu melhor do que uma conclusão pela linha final.

Pertenceu a primeira ocasião, mas foi para os de Madrid o primeiro golo desta final. Arnaldo perdeu a bola no meio campo, Marquinho pegou na bola e depois de sentar Pedro Costa fez a conclusão.

O Benfica não se amedrontou e assumiu a iniciativa de jogo com Davi e César Paulo a disporem das melhores ocasiões.

Tanta as vezes o cântaro vai à fonte que um dia lá fica. Joel fartou-se de iniciativas sem resultado e aos 11’30, depois de tirar uma falta a Schumacher, recebeu de Ricardinho e apostou no remate de longe. Luís Amado limitou-se a ir buscar a bola às redes e a ver o placar alterar-se para 1-1.

O jogo entrou depois em nova fase muito morna, com excepção para algumas entradas duras de parte a parte e consequentes “escaramuças”.

Minuto e meio depois do reinício e o Benfica completou a “cambalhota” no marcador. Na sequência de um canto, César Paulo segura primeiro, dá depois de calcanhar e sem contemplações Arnaldo dispara para o 2-1.  

Tinha de aguentar a pressão o Benfica, mas o Interviú respondeu rápido por Betão. Bébé saiu dos postes demasiado cedo e o brasileiro naturalizado espanhol aproveitou a fífia para repor a igualdade perante a baliza deserta.

Reagiu novamente o Benfica mas sem o acerto que se desejava. Obrigou o Interviú a remeter-se à defesa mas Joel por duas vezes, Davi e Arnaldo não conseguiram desfeitear Luís Amado. Imitou-os César Paulo, mas num lance mais vistoso em que de chapéu atirou a bola à barra.

Era o Benfica claramente por cima na partida, mas sem chegar ao golo, com cinco minutos para terminarem os 40 minutos regulamentares. Muito coração até final, com gritos nas bancadas, mas a final desta UEFA Futsal Cup teria mesmo de ser decidida com recurso a tempo extra.

E foi o Benfica que entrou mais determinado em fazer valer mais estes minutos para resolver a questão. Decorridos 3 minutos de tempo extra Davi recebeu no meio, deu dois passos em frente e disparou sem hipóteses para Luís Amado. Estava feito o 3-2.

O cronómetro avançou um minuto e por duas vezes os encarnados fizeram a bola bater com estrondo no poste direito da baliza madrilena. Primeiro César Paulo, depois Ricardinho, que num lance ainda mais impressionante segundos depois voltou a ver o ferro – desta vez a barra – devolver-lhe a bola que ele tão delicadamente picou sobre o guarda-redes espanhol.   

Na segunda parte do prolongamento, o Benfica teve de saber sofrer para segurar a vantagem. O Interviú arriscou tudo com um guarda-redes avançado e o Benfica acantonou-se na protecção à baliza de Bebé.     

Foi o bater de coração até ao fim para se gerar então a explosão por que o Atlântico esperava. Pela primeira vez na sua história e do Futsal português, o Benfica torna-se campeão europeu da modalidade.