O selecionador português Jorge Braz apelou hoje à racionalidade da equipa das ‘quinas’ para levar de vencida a congénere da Espanha nas meias-finais do Europeu2022 de futsal e poder vislumbrar novamente o ‘cume da montanha’.
“Para estar na final, vamos ter de competir muito bem, ser extremamente racionais e tentar escrever a história do jogo, para chegar ao fim e cair para o nosso lado. Por enquanto, ainda não vemos o ‘cume da montanha’, temos de passar esta fase”, disse aos jornalistas, na antevisão à partida, através de uma metáfora por si muito utilizada.
Portugal é campeão europeu e mundial em título, mas essas conquistas pertencem ao passado e não constituem vantagem, perante uma seleção que é recordista de troféus continentais, com sete em 11 edições, em 1996, 2001, 2005, 2007, 2010, 2012 e 2016.
“Não é vantagem nenhuma sermos campeões da Europa ou do Mundo. O jogo começa 0-0, vamos focar-nos nesses 40 minutos e viver muito este presente, para no domingo estarmos onde queremos e continuarmos a dar alegrias aos portugueses”, expressou.
A Espanha lidera largamente o confronto direto, com 24 vitórias em 32 jogos, contra três de Portugal, que, contudo, saiu triunfante dos dois últimos jogos oficiais: final do Europeu2018 (3-2, no tempo extra) e ‘quartos’ do Mundial2021 (4-2, no tempo extra).
“É sempre um jogo extremamente competitivo. Acho que é aliciante para toda a gente que gosta de desporto. A Espanha é uma seleção fortíssima e nós temos equilibrado e conseguido superar, em momentos importantes, a Espanha. Será sem dúvida um jogo excelente do futsal mundial, onde teremos de estar muito focados em nós”, sublinhou.
É com ambição e sentimento de “orgulho, prazer e confiança do que é ser português e jogar futsal em Portugal” que a equipa das ‘quinas’ está a encarar o encontro, no qual Jorge Braz considerou que o respeito que existe do outro lado é diferente do que era.
“Há uma coisa que tenho a certeza que o Fede Vidal [selecionador espanhol] olha, que é o respeito. Fomos nós, com o nosso trabalho, que o ganhámos. Orgulha-me muito ter conquistado esse respeito, não só dos amigos espanhóis, mas de todos”, afirmou.
Foi com a recente hegemonia nas grandes competições de futsal que os portugueses deixaram de ser vistos como “a seleção do quase”, com Jorge Braz a considerar que o fator mental poderá ter, mais uma vez, extrema importância no desenrolar da partida.
“Neste nível, o equilíbrio de todos os restantes fatores desportivos é muito evidente e esse tem sido o fator importante e decisivo. Em pequenos detalhes, é muito na crença no que somos e na grande confiança no que temos trabalhado, pois é a única coisa que controlamos”, explicou o selecionador com mais jogos ao serviço do conjunto lusitano.
Por outro lado, a variabilidade de jogo característica de Portugal terá novamente um papel relevante, para além de outros aspetos “mais individuais”, como a finalização: “Este é o jogo que toda a gente quer jogar e aproveitar ao máximo cada oportunidade que tiver para finalizar. Eles têm bem consciência disso, por isso só pode melhorar”.
O duelo ibérico realiza-se na Ziggo Dome, em Amesterdão, às 20:00 locais (19:00 em Lisboa) de sexta-feira, após o encontro ‘escaldante’ da outra meia-final, entre Ucrânia e Rússia, dois países em clima de alta tensão internacional, com contingentes militares próximos da fronteira entre os dois países, a partir das 17:00 (16:00), no mesmo local.
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