Ricardinho despediu-se na quinta-feira da seleção nacional de futsal na derrota por 3-2 frente à Bélgica, apontando o primeiro golo dos lusos nos 10 minutos que esteve na quadra, num pavilhão esgotado na terra em que nasceu.
Aos 36 anos, Ricardo Filipe da Silva Braga entrou na quadra acompanhado pelos filhos para dizer adeus à equipa das ‘quinas’. Num pavilhão esgotado com família, amigos e adeptos nas bancadas, o ‘mágico’ proporcionou o seu último espetáculo: apontou um golo e ficou perto de somar uma assistência para nos recordar que um dos melhores jogadores de sempre veio de Gondomar.
Para a história ficam as 188 internacionalizações e 142 golos apontados, o último dos quais aos quatro minutos de jogo, em que o médio encarou um adversário em zona central, fintou para o lado direito e atirou com o pior pé para o fundo das redes.
No início do encontro, foi agraciado com um galardão da seleção belga, da autarquia de Gondomar e um quadro da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Aos 10 minutos, a saída de Ricardinho foi acompanhada por um momento de homenagem com uma bandeira segurada pelo público a cobrir a bancada central e um vídeo de homenagem ao ‘mágico’ português, que abraçou amigos e família no momento da despedida.
No último passo da caminhada que começou em 2003, aos 16 anos, alguns jogadores e companheiros do passado e do presente, também assistiram ao encontro e tentaram resumir o impacto do gondomarense em quase 20 anos com a camisola das ‘quinas’.
Vítor Hugo, guarda-redes do Sporting de Braga, internacional por 78 ocasiões e vencedor de um campeonato europeu e um campeonato mundial, disse não haver palavras para descrever Ricardinho como jogador, mas enquanto companheiro de balneário não poupou elogios.
“Este último jogo que a FPF decidiu fazer é inteiramente justo e merece o pavilhão cheio – como está. Só quando deixarmos de o ter, vamos aperceber-nos do impacto que tinha na equipa. Foi um ‘boom’ para a modalidade a nível nacional e internacional, mostrou a qualidade que tem o jogador português”, afirmou o atleta de 39 anos.
Durante o encontro mostrou isso mesmo, apesar de não voltar a entrar, esteve ativo no banco a dar indicações aos mais novos e mais velhos, sempre com um sorriso na cara e o olhar desviado mais para a bancada do que para a quadra, numa festa do futsal português.
Também André Lima, antigo internacional português e agora treinador, marcou presença na despedida do ex-companheiro.
“É uma homenagem justíssima ao melhor jogador de sempre, juntamente com o Falcão [ex-jogador brasileiro]. Tive o privilégio de jogar com o Ricardinho e de o treinar. É o nosso mágico para sempre”, apontou.
No final do encontro, apesar do desaire frente aos belgas, o público voltou a ovacionar o ‘mágico’, que ainda foi interpelado pelos adversários para trocar umas palavras e tirar fotografias, numa demonstração universal do carinho da modalidade pelo seis vezes considerado melhor jogador do mundo - o atleta que mais vezes venceu o galardão.
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