O selecionador português de futsal admitiu ser legítimo ‘tocar o céu’ novamente no campeonato da Europa de 2022, procurando repetir os feitos do Europeu2018 e do Mundial2021 e honrar o ditado popular ‘não há duas sem três’.
“Sabemos as ambições que temos, sabemos que é perfeitamente legítimo aspirar a tocar o céu novamente, mas também sabemos a dificuldade que é vencer o Europeu. Estamos focados no trabalho que temos de fazer para voltar a sentir o que sentimos ainda muito recentemente. Vamos ver se conseguimos que não haja duas sem três”, disse o selecionador Jorge Braz, em entrevista à agência Lusa, nas vésperas do arranque da prova.
A histórica conquista do Mundial, na final de 03 de outubro de 2021, na Lituânia, frente à Argentina (2-1), ainda está bem presente na memória de todos os portugueses, mas Jorge Braz lembrou a necessidade de encarar o Euro2022 já sem “’confettis’ na cabeça”.
“Ainda está tudo muito fresco desde o Mundial. Existe a vantagem de, nos últimos seis meses, estivemos quase três juntos. A única desvantagem, mas que todos temos muita consciência, é tentar tirar os ‘confettis’ da cabeça. Isso é que é importante e estamos altamente focados nesta competição”, sublinhou o transmontano, nascido no Canadá.
A equipa das ‘quinas’ integra o Grupo A da prova, ao lado dos anfitriões Países Baixos, da Ucrânia e da Sérvia, naquele que Jorge Braz considera ser o agrupamento “onde há mais incerteza de quem vai passar”, embora Portugal seja amplamente favorito, realçando que, contudo, a obrigação de passar o grupo “não é tão clara como era no Mundial”.
“A Sérvia conhecemos muito bem, tem jogadores com enorme qualidade individual e muita experiência, com mais alguns jogadores irreverentes. É uma seleção que sabe e quer competir, olham sempre com possibilidade de vencer sempre. Vão acreditar até ao fim, até pela capacidade combativa dos países daquela zona”, analisou o treinador.
Em relação aos Países Baixos, apontou a “irreverência da rua” e a “motivação de jogar em casa” como os dois ingredientes que farão com que a partida com os neerlandeses possa ser “difícil”, apesar de reconhecer que estão “um patamar abaixo” de Portugal.
“A Ucrânia é ‘top’ europeu. A seguir aos candidatos, é a primeira que vem no ‘ranking’, seguida da Sérvia. É o indicador mais claro da dificuldade que será o Europeu”, notou.
Uma das ‘chaves’ do discurso de Jorge Braz, nos últimos anos, tem-se prendido com a ambição de querer ver a seleção a “ser Portugal” em todos os encontros que disputa, num conceito vencedor que procurou explicar com o trabalho desenvolvido há anos, a “competir e acreditar no jogador português”, para o país ser “uma potência mundial”.
“Portugal vai ter a ambição conquistadora do tamanho do mundo que caracterizou sempre o nosso país. Nós é que dizemos sempre que não, que são os outros. Estamos ali pequeninos, mas sempre nos habituámos a conquistar o mundo. Desta vez, é a ver se conseguimos conquistar a Europa”, expressou o técnico com mais jogos disputados.
Entre a “dor de cabeça” que foi construir a lista inicial de 14 convocados, Jorge Braz foi forçado a promover duas alterações, com as saídas do guarda-redes Edu, infetado com covid-19, e do pivô Cardinal, lesionado, para as entradas de Bebé e de Miguel Ângelo.
“A família é enorme. Só com 14 jogadores, alguém teria de ficar de fora e essa decisão cabe à equipa técnica. Achamos que estes seriam os mais adequados para o tipo de competição que vamos enfrentar. Não tenho dúvidas nenhumas de que, se quatro ou cinco apanharem covid-19, não me atrapalha nada. Há uma série deles que me dão exatamente a mesma confiança e vamos com a mesma ambição e objetivo”, garantiu.
O Euro2022 de futsal disputa-se entre quarta-feira e 06 de fevereiro, nas cidades neerlandesas de Amesterdão e Groningen, sendo que os dois primeiros classificados se qualificam para a fase a eliminar, a disputar em exclusivo na capital dos Países Baixos.
Os campeões europeus e mundiais estreiam-se logo no primeiro dia do torneio, frente à Sérvia, às 16:30 (horas em Lisboa), seguindo-se duelos com os Países Baixos, à mesma hora, no domingo, e com a Ucrânia, às 19:30 de dia 28, na última jornada do Grupo A.
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