O selecionador Luís Conceição e a jogadora Ana Azevedo garantiram hoje que Portugal está preparado para dominar o encontro com a Hungria, na sexta-feira, das meias-finais do campeonato da Europa de futsal feminino.
“Vamos ter de estar preparados para um adversário que vai defender mais baixo e dar a iniciativa. Vamos ter muito mais bola e precisamos de paciência para irmos construindo situações de finalização e fazendo golos. O jogo será muito isto: nós a atacar, elas a defenderem e a tentarem uma ou outra saída em transição. Os momentos serão muito esses, mas estaremos preparados”, observou o técnico, em conferência de imprensa.
Depois de dois adiamentos, a segunda edição da prova vai decorrer entre sexta-feira e domingo no Pavilhão Multiusos de Gondomar, com o ‘vice’ Portugal a encarar a Hungria às 21:30, quatro horas e meia depois de a campeã Espanha cruzar-se com a Ucrânia.
O jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares e a final decorrem dois dias depois, às 14:30 e 18:00, respetivamente, volvidos mais de três anos sobre o triunfo da ‘roja’ diante das lusas (0-4), também em Gondomar, no epílogo da primeira versão do torneio bienal.
“Pelo que temos construído, seremos sempre uma das seleções candidatas [à conquista do troféu]. Favorita será a Espanha, porque é campeã europeia. Nem sempre é possível, mas queremos muito vencer esta meia-final para estar a disputar a final contra quem for. Queremos criar em nós este hábito positivo de estar nas finais e nos grandes momentos de decisão, que impliquem vencer e possam dar alegrias aos portugueses”, ambicionou.
Antes de abordar uma expectável final ibérica, Luís Conceição acautelou os perigos da Hungria, estreante em fases finais, que “teve a oportunidade” de substituir à última hora a Rússia, excluída das provas tuteladas pela UEFA, devido à ofensiva militar na Ucrânia.
“É um momento muito importante para elas, já que é muito difícil chegarem cá. A fase de apuramento dita logo como cabeças de série as quatro melhores colocadas do ‘ranking’. Ou as outras seleções estão ao nosso nível ou é complicado irem a uma fase final. A Hungria vai querer dar o melhor e complicar-nos a vida. Transmitimos muito às nossas que não podemos dar nada a ninguém durante o jogo ou o adversário aproveita”, notou.
Portugal apresenta um balanço de resultados irrepreensível diante da Hungria, com três vitórias e uma diferença de 20-0 em golos, sendo que os últimos dois embates (goleadas por 9-0 e 6-0) aconteceram uma semana antes do Euro2019 e “são a melhor referência”.
“Fizemos dois jogos bons e a Hungria mantém uma parte dessa equipa. Um dos grandes objetivos é não sofrer golos e temo-nos habituado a isso. O nosso processo defensivo dá para sofrer pouco, mas, muitas vezes, está associado ao ofensivo, porque atacamos com qualidade e não perdemos a bola para dar transições. Sabemos que os adversários que jogam contra nós vivem muito à base de transições. Temos insistido muito no processo ofensivo, porque defendem mais baixo e dão-nos mais bola”, sustentou Luís Conceição.
Na mesma conferência de imprensa esteve a ‘capitã’ Ana Azevedo, que perspetivou um conjunto magiar “super motivado, que vai fazer tudo para chegar à final e quer fazer um brilharete”, mesmo sendo sexto do ‘ranking’ da UEFA e Portugal apareça como segundo.
“Temos respeito, acima de tudo. Em todos os jogos respeitamos as equipas adversárias. Já jogámos contra a Hungria e não sei se serão propriamente as mesmas [atletas], mas temos preparado esta meia-final com o maior respeito pelo oponente, focadas em nós e naquilo que temos para fazer”, comentou a universal, de 35 anos, que atua no Vermoim.
Seis dias depois de se ter tornado a primeira futsalista portuguesa a atingir a marca das 100 internacionalizações, “marco importante” logrado na goleada sobre a Ucrânia (6-0), Ana Azevedo frisou a importância de voltar a disputar o campeonato da Europa em casa.
“Felizmente, temos a sorte de ter o nosso público a apoiar-nos. Há três anos foi assim e sabemos que vamos ter casa cheia. É um fator extra para nós e estamos a preparar-nos da melhor forma possível para darmos uma alegria aos portugueses. Favoritismo frente à Hungria? Se calhar por sermos vice-campeãs da Europa, mas teremos de prová-lo em campo”, concluiu uma das nove ‘repetentes’ nas ‘eleitas’ de Luís Conceição face a 2019.
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