O selecionador Jorge Braz afirmou que Portugal vai ao Mundial de futsal, na Lituânia, em busca de melhorar o quarto lugar alcançado na Colômbia, em 2016, um objetivo “realista, extremamente ambicioso, mas extremamente difícil”.
“Sabemos que é muito difícil, mas é algo que ambicionamos muito. Acho que é um objetivo realista, extremamente ambicioso, mas extremamente difícil. Gostamos de coisas difíceis e de nos superarmos. Temos de superar o resultado do último Mundial. É em busca disso que vamos”, sublinhou o selecionador, em entrevista à agência Lusa.
Considerando que nunca são definidos objetivos utópicos, até porque os portugueses “já não acreditam, e isso é um excelente sinal, de que se quer passar o grupo e depois é jogo a jogo”, Jorge Braz demonstrou confiança na concretização do plano, de forma a corresponder às expectativas que a seleção foi “criando ao longo das últimas épocas”, nas quais se enquadra a conquista do último Europeu de futsal, em 2018, na Eslovénia.
“O passado não nos desvia do que temos de fazer atualmente. As outras seleções estão muito mais atentas a Portugal e vão estar com mais um ‘upgrade’ de concentração, agressividade e vão tentar vencer Portugal, que é campeão europeu. Só temos de estar preocupados connosco”, realçou, contudo, o técnico luso, de 49 anos.
Em estágio desde 09 de agosto, dividido entre Rio Maior e Viseu, a equipa das ‘quinas’ disputou sete encontros particulares, com seis vitórias, frente a Japão (3-2), Venezuela (2-1), Angola (4-3), Costa Rica (5-0) e Paraguai (dois triunfos por 2-1), contando apenas um desaire, diante do Uzbequistão (1-3), num balanço considerado “muito positivo”, tendo em ‘mira’ os adversários na fase de grupos: Tailândia, Ilhas Salomão e Marrocos.
“Tailândia é uma seleção habituada a estar nas decisões no campeonato da Ásia e que já passou muitas vezes a fase de grupos em Mundiais, com jogadores experientes e a trabalhar há muito tempo. Ilhas Salomão é uma seleção diferente, irreverente, que não tem nada a perder, que arrisca tudo, que joga com muita alegria e traz problemas diferenciados. Marrocos é uma seleção campeã de África já há alguns anos, com vários jogadores a atuarem em ligas europeias, com muita experiência e uma qualidade técnica fantástica. É um sério candidato a provocar surpresas no Mundial”, analisou.
Na convocatória de 16 jogadores – alargada pela FIFA devido à pandemia de covid-19 -, encontra-se um certo equilíbrio entre atletas experientes e jovens a cumprir a primeira fase final de uma grande prova de seleções, que acrescentam qualidade e irreverência.
“A perspetiva de dar continuidade e de acreditar no jogo e no jogador português é algo que sempre nos caracterizou ao longo dos anos, tanto na elaboração das convocatórias, como no trabalho com as seleções jovens. Felizmente, tem aparecido gente de enorme qualidade. Temos aqui vários jovens de uma qualidade, mas, acima de tudo, de uma variabilidade de competências que me entusiasma muito”, expressou.
Se os alas Pauleta e Tiago Brito se vão juntar mais tarde à equipa na Lituânia, pois o primeiro testou positivo ao novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, e o segundo ficou em isolamento profilático, o guarda-redes Edu Sousa é baixa certa, pelo mesmo motivo, tendo sido substituído por André Sousa na lista, na véspera da viagem.
No entanto, Jorge Braz desvalorizou o impacto que a pandemia pode ter no desempenho luso: “Se acontecer no futuro, já no momento de competição, tem feito parte. Temos 16 jogadores altamente motivados e ambiciosos. Isso faz parte e temos de saber encarar com normalidade, dentro deste momento esquisito que vivemos”.
A liderar a seleção de futsal desde 2010, Jorge Braz tem sido, desde 2018, considerado o melhor selecionador do mundo, distinção que já venceu por três vezes consecutivas, fruto do reconhecimento do trabalho feito por Portugal, desde o Europeu conquistado.
“Serve para toda a gente que trabalha à minha volta perceber que podemos atingir grandes feitos. São muitos anos a tentar organizar e trabalhar todo este processo, para perceber que Portugal pode estar no topo do mundo, nas grandes decisões e vencer os melhores países do mundo. É preciso trabalhar mais que os outros e não pode haver limitações ao nosso trabalho, pois talento e ambição o futsal português tem”, concluiu.
O Mundial2021 de futsal vai decorrer de domingo a 03 de outubro, nas cidades lituanas de Vilnius, Kaunas e Klaipeda, estando a estreia portuguesa marcada para segunda-feira, com a Tailândia, seguindo-se encontros com as Ilhas Salomão, na quinta-feira, e com Marrocos, em 19 de setembro, na conclusão da fase de grupos.
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