Portugal perdeu por 6-2 com a Espanha, esta segunda-feira em Belgrado, e está fora do Europeu de futsal 2016.

Primeira parte

A história não ganha jogos e era nisso que Portugal queria acreditar quando entrou na quadra frente a Espanha, de quem não tem boas memórias, a quem venceu apenas uma vez.

A seleção orientada por Jorge Braz entrou com vontade de mostrar isso, quer na forma como pressionou, como também na agressividade que colocava em cada lance. Pedro Cary e Ricardinho tentaram assustar Paco Sedano, mas Miguelín e Ruiz responderam.

O senão estava nas faltas que Portugal cometia e que começaram a condicionar a estratégia, e na ausência de tantas soluções para um jogo deste nível. Aqui tudo se resolve em pormenores e foi num desses momentos que a Espanha se lançou na frente do marcador.

Bruno Coelho fez falta sobre Alex dentro da área. Com este lance, Portugal somava a sua quinta falta, e o guarda-redes Bebé teria pela frente Miguelín. O espanhol não falhou e abriu o ativo aos 12 minutos.

E o equilíbrio na partida começou então a dissipar-se. A seleção espanhola começou a agigantar-se, e as bolas paradas eram exemplo disso. Num dos cantos, Rivillos veio cá de trás e rematou para o 2-0 (15'), num lance em que Bebé parecia que podia ter feito mais, dada a distância a partir da qual foi feito o remate.

Era preciso reagir, mas Portugal parecia estar a perder fulgor quando deveria acontecer o contrário. E em mais um pormenor, a Espanha fez a diferença.

Paulinho perdeu a bola quando era o último homem, e Alex aproveitou para correr para a baliza e concluir com um “chapéu” sobre Bebé (17'). Portugal não merecia tamanha diferença de golos ao intervalo, mas a Espanha mostrou a eficácia que a seleção lusa não teve.

Segunda parte

Diz-se que o intervalo às vezes faz bem às equipas, e Portugal foi prova disso. Havia mais uma parte para jogar e havia uma seleção com vontade de voltar a entrar em jogo. Numa transição rápida, Ricardinho iniciou uma jogada, combinou com Arnaldo e conclui-a aos 22 minutos.

Mas a experiência da equipa de Venâncio López voltou a fazer-se sentir na quadra com Raúl Campos ainda no mesmo minuto a voltar a colocar o placard em três golos de diferença. Aí apareceu novamente Ricardinho, a mostrar como se faz. O mágico fez um cabrito sobre um adversário e rematou fortíssimo para o fundo da baliza para o 4-2. O público aplaudia, e gritava por Portugal.

Havia ambiente e vontade, mas também havia do outro lado um adversário muito experiente a controlar as suas emoções. Quando Portugal já jogava na estratégia do cinco para quatro, com Bruno Coelho como guarda-redes adiantado, a Espanha recuperou uma bola e, numa rápida transição, Alex bisou na partida colocando o resultado em 5-2.

O guarda-redes Paco Sedano fazia defesas impossíveis e parecia intransponível nas inúmeras oportunidades que Portugal foi criando nesta fase do jogo.

Quando a partida se encaminhava para o seu final, Rivillos recuperou uma bola e fechou o resultado em 6-2 com um golo de baliza a baliza. Assim, Portugal cai nos quartos-de-final e está fora do Euro 2016.

Ficha de jogo

PORTUGAL: Bebé, Pedro Cary, Cardinal, João Matos e Ricardinho.
Jogaram ainda: Paulinho, Bruno Coelho, Fábio Cecílio, Arnaldo (C), Djô, Anilton, Tiago Brito, Fábio Lima.
Treinador: Jorge Braz
Golos: 1-3 por Ricardinho (22'), 2-4 por Ricardinho (25')

ESPANHA: Paco Sedano, Mario Rivillos, Pola, Lin e Raúl Campos.
Suplentes: Juanjo, Jesus Herrero, Ortiz (C), José Ruiz, Bebe, Andresito, Rafa Usín, Alex, Miguelín.
Treinador: José Venancio López
Golos: 0-1 por Miguelín (12'), 0-2 por Mario Rivillos (15'), 0-3 por Alex (17'), 1-4 por Raúl Campos (23'); 2-5 por Alex (34'); 2 - 6 Mario Rivillos (39')