O selecionador português de futsal, Jorge Braz, disse hoje que receber o doutoramento ‘honoris causa' pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) representa a “maior honra” da sua vida e “um sentimento de gratidão imenso”.
Vinte anos depois, Jorge Braz regressou hoje à universidade, em Vila Real, academia onde foi treinador da equipa de futsal da Associação Académica da UTAD (AAUTAD) e onde lecionou a disciplina de futsal, no departamento de Desporto.
A universidade e a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, a qual classificou como o seu “ninho”, foram, frisou, decisivos e continuarão sempre ligados ao seu percurso profissional e pessoal.
“Receber o doutoramento ‘honoris causa’ pela UTAD representa a maior honra da minha vida, um sentimento de gratidão imenso. Fazer parte do grupo de doutorados desta universidade, no curso de Desporto e Educação Física, é de tal forma arrebatador que não encontro palavras que possam atestar a honra que sinto”, afirmou o selecionador nacional, durante o seu discurso, em que ficou visivelmente emocionado e com a voz embargada.
E continuou: “Esta [é uma] região que tanto amo, e só quem a vive como nós a vivemos sabe como é sentir o reconhecimento dos nossos, não pelos nossos feitos, não pelas nossas conquistas pessoais, mas por colocarmos este nosso cantinho detrás das pedras pelas bocas do mundo”.
Nascido em Edmonton (Canadá) há 50 anos, o selecionador nacional de futsal deu os primeiros toques na bola em Sonim, freguesia de Valpaços, distrito de Vila Real, de onde é natural a sua família.
Em julho de 2010, assumiu o cargo de selecionador nacional e, desde então, conquistou dois Europeus (2018 e 2022), um Mundial (2021) e a Finalíssima Intercontinental (2022).
Dentro da aula magna da UTAD, completamente cheia, Jorge Braz fez um discurso cheio de agradecimentos a todos os que marcaram o seu percurso desportivo e académico e, depois, em declarações aos jornalistas, disse que este foi “um dia em que a emoção se sobrepôs claramente à razão”.
“É bem mais fácil dar palestras antes do jogo e ao intervalo do que recordar momentos tão importantes”, brincou.
Foi um dia de “abraços” e de reencontros com amigos que já não via há muitos anos e treinadores com quem já não estava também há muito tempo e, segundo frisou, a paixão que tinha pelo futsal há 20 anos, quando estava na UTAD, é hoje “exatamente igual”.
“A paixão pelo que fazemos tem que ser igual, seja qual for o patamar de trabalho em que estejamos”, salientou.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, foi o padrinho do homenageado e fez questão de elogiar o “vencedor crónico e líder inato”.
Este dirigente destacou o “excelente estudante, o grande académico, que ainda não deixou de ser, e o melhor treinador de futsal que ainda será por muitos anos”, e revelou que, na Cidade do Futebol, “nenhum treinador, em nenhuma vertente, tem mais vitrinas ocupadas que o Jorge Braz”, referindo-se às taças e medalhas já conquistadas pelo selecionador.
Para o reitor da UTAD, Emídio Gomes, com a atribuição do ‘honoris causa’ a Jorge Braz, a academia transmontana homenageia “um dos seus melhores”, destacando ainda a “forma como o laureado atribui importância às suas origens”.
“Representa o reconhecimento de que o conhecimento não está só fechado dentro das academias. O Jorge Braz é o exemplo de que há muito conhecimento, que, quando é transposto para fora da academia, cria valor, gera orgulho e gera resultados”, salientou.
Braz treinou a equipa da AAUTAD, entre 2001 e 2003, tendo conquistado o campeonato universitário de futsal masculino na temporada 2001/02.
Na área do desporto, a UTAD atribuiu também, em 2016, o título de doutor ‘honoris causa’ a Fernando Santos, atual selecionador nacional de futebol.
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