Os dois golfistas portugueses que disputam o European Tour, Pedro Figueiredo e Ricardo Santos, estão de quarentena em Portugal e a treinar em casa, após a suspensão do circuito, na sequência da pandemia provocada pela covid-19.
O principal circuito europeu de golfe cancelou algumas provas e adiou outras até à última semana de maio, uma medida que Figueiredo considera acertada, até porque “muitos dos torneios foram cancelados por ordem dos próprios países”, pelo que, “em muitos dos casos, o European Tour não podia fazer nada”.
“Foi a melhor decisão. Tal como os outros eventos desportivos, das mais variadas modalidades, o golfe não foge à regra. É óbvio que poderá ter algumas consequências, em termos de quantidade de torneios que iremos jogar ao longo do ano e nos respetivos ‘rankings’, mas é o mais sensato”, acrescenta, em declarações à agência Lusa.
O algarvio Ricardo Santos concorda com Pedro Figueiredo, defendendo que, “com tudo o que está a acontecer, não há nada a fazer” em termos de competição.
“Teremos de viver o melhor possível e não entrar em desespero, visto que não há torneios e nem sabemos quando voltaremos a competir. Há que ficar em casa e ir trabalhando o físico, que é o pouco que posso fazer”, justifica Santos, que ocupa o 228.º lugar no ‘ranking’ do European Tour, denominado ‘Corrida para o Dubai’.
Consciente das mesmas limitações e da incógnita que é o futuro, Pedro Figueiredo conta estar de “quarentena há uma semana”, só saindo para ir ao supermercado, e a cumprir uma rotina relativamente rígida no dia-a-dia.
“Tenho-me focado bastante na parte física, porque é das coisas que consigo trabalhar mesmo estando em casa. Tenho tido uma rotina bastante consistente, acordo às 06:30 e, das 07:00 às 08:00, faço os meus exercícios de mobilidade. Depois, das 09:00 às 10:00, vou andar com o meu avô e, na hora seguinte, faço mais exercício físico. Dedico a minha manhã ao exercício, de maneira a não estar parado e, quando voltar aos torneios, espero estar em boa forma física”, aponta.
Além do trabalho físico, Figueiredo, 174.º classificado na ‘Corrida para o Dubai’, garante conseguir treinar alguns aspetos do seu jogo, uma vez que está em casa dos pais em Azeitão.
“Temos a sorte de viver no campo, por isso tenho passeado um bocadinho. Consegui montar um mini ‘driving range’, onde tenho batido umas bolas para uma rede, e tenho treinado o ‘putt’ dentro de casa. Tenho conseguido manter-me minimamente ativo no que respeita ao treino golfístico, mas tudo feito em casa”, frisa.
Apesar de alguns campos de golfe só terem encerrado no final desta semana, os dois portugueses do European Tour optaram por se resguardar assim que o Governo aconselhou a quarentena voluntária.
“É importante sermos civicamente responsáveis. Não sabemos quando é o próximo torneio, portanto não é absolutamente indispensável que estivesse a treinar. Fazia sentido na minha cabeça começar a fazer logo quarentena”, explica Figueiredo, de 28 anos, enquanto Santos defende ser “o mais seguro para todos”.
Impedidos de competir, somar pontos para o ‘ranking’ e ganhar ‘prize-money’, os dois golfistas não escondem estar a viver uma situação difícil e que esperam, como manifesta Ricardo Santos, que “se resolva rapidamente”.
“É uma situação difícil para nós golfistas, mas também para os ‘caddies’, que fazem dos torneios o seu ‘ganha-pão’. São tempos difíceis para nós, mas não sei se o European Tour terá alguma forma de nos ajudar”, remata Figueiredo.
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