O presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), Luís Correia da Silva, apontou hoje as questões ambientais como uma das prioridades da indústria do golfe, a par do crescimento e desenvolvimento da modalidade em Portugal.

"As questões ambientais são uma grande preocupação da indústria do golfe, que tem estado à frente de muitas outras atividades económicas no que diz respeito à adequação das práticas às questões ambientais", começou por defender Luís Correia da Silva, em declarações à agência Lusa, à margem da Conferência Europeia de Negócios de Golfe.

Além de assegurar que existe uma preocupação com os "consumos energéticos e que os consumos de água são reduzidos ao mínimo, com sistemas de rega altamente sofisticados, permitindo um controlo local da distribuição da água com grande rigor", o presidente do CNIG garante existir uma redução na utilização de adubos e fitofármacos nos campos de golfe.

"Os ‘greenkeepers' desenvolveram as suas próprias técnicas de combate às doenças e tratamentos de relva. Hoje, temos um nível de utilização muito baixo de químicos e só recorremos aos fitofármacos quando não há outra solução. Em termos globais, temos um balanço de sequestro de carbono positivo", assegurou, por ocasião do evento organizado pela Golf Course Association Europe e CNIG.

Luís Correia da Silva alertou ainda para a necessidade de serem criadas condições para que os "campos de golfe deem o exemplo de reduzir ao mínimo todas as emissões, através por exemplo da adoção de ‘buggies' elétricos e outras máquinas", para num prazo de cinco a dez anos terem um papel fundamental na redução da pegada ecológica.

"Hoje os campos de golfe são santuários da conservação da natureza e de proteção da biodiversidade. E no futuro têm de ser uma área de resgate de carbono, não só para reduzir ao mínimo a pegada ecológica, como para se tornarem fundamentais no resgate de carbono e tornar positivo o balanço de utilização do carbono", explicou.

A Conferência Europeia de Negócios de Golfe é subordinada ao tema tecnologia e inovação no golfe que, hoje em dia, segundo Correia da Silva, "passa por alguns desafios de gestão, comerciais e até do próprio jogo, que demora em média quatro a cinco horas e procura tornar-se mais acessível, rápido, interessante e viável" para as pessoas.

Uma preocupação partilhada igualmente pelo Presidente da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), Miguel Franco de Sousa, que procura o incremento no número de federados (15.600 jogadores) em Portugal, um país que investe 2,2 milhões de euros em eventos amadores numa modalidade que representa, em termos de receitas diretas, cerca de 140 milhões.

"Mas ainda temos de considerar todas as indústrias alavancadas pela indústria do golfe, como é o caso do alojamento, transportes, aviação, refeições, etc. E, assim sendo, estamos a falar numa receita superior aos 400 milhões de euros, por parte dos cerca de 450 mil turistas que nos visitam todos os anos", esclarece Franco de Sousa

O desenvolvimento da modalidade, que o presidente da FPG considera "lento em Portugal”, passa por "criar um ambiente propício e não pode funcionar apenas como setor."

"Temos de investir na formação de treinadores, porque têm um papel importante e estão a ser negligenciados por parte da indústria, no ambiente de clube, onde os sócios possam ter um papel muito mais pró-ativo a receber os novos membros, na formação dos gestores e ‘greenkeepers' e na criação de programas para crianças, jovens e famílias. Tornar os campos e o golfe, que é um desporto desafiante e demorado, mais fácil também fará com que seja uma modalidade mais atrativa", identificou o líder federativo.

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