O arquiteto Álvaro Siza, Prémio Pritzker 1992, presidiu, na passada terça-feira, à inauguração da exposição “in/ disciplina”, em Serralves (Porto), que retrata seis décadas do seu percurso.
Na exposição "in/disciplina" pode descobrir-se, por exemplo, vários esquissos (esboços de uma obra), desenhos de retrato e apontamentos de viagem que o arquiteto registava nos seus cadernos, desde o tempo de estudante.
Mas antes da arquitectura Álvaro Siza Vieira ainda tentou o desporto. Num documento sobre Álvaro Siza, a que a Lusa teve acesso, pode ler-se que o autor do edifício "Bonjour Tristessee", em Berlim, encontra pontos comuns entre a arquitetura e o hóquei em patins, modalidade que praticou na adolescência (e que teve de abandonar por ser míope e haver perigo de deslocação da retina): a “estratégia” e o “improviso”.
“O hóquei em patins teve para mim e para o que faço uma significativa influência. O jogo é tão rápido e exigente que não é possível separar estratégia prévia e improviso. É necessário que atuem em simultaneidade, com o apoio determinante das rodinhas”, explicou Siza.
Confrontado com o facto de ter de deixar a prática do desporto, “nesses dias gloriosos do hóquei português”, uma vocação que pensava ser a “única na sua vida”, Álvaro Siza revelou que “só mais tarde" se apercebeu de que todos têm “vocação para tudo, ou quase tudo”, basta que se queira.
“Chorei. Tinha-me convencido de que o hóquei era a minha única vocação. Só mais tarde percebi que todos temos vocação para tudo, ou quase tudo, se o desejarmos”, disse.
A exposição "in/disciplina" em Serralves arranca com uma réplica de grande dimensão do primeiro esquisso que Siza Vieira registou fora de Portugal, e que foi feito em Berlim, Alemanha, recordou o arquiteto, explicando que reflete a percepção da cidade, que, segundo o artista, são “feitas de fragmentos".
O trabalho do arquiteto que intervém nalguns dos fragmentos é "tentar relações entre eles", explica, referindo que esses fragmentos visíveis nas cidades "refletem o seu desenvolvimento e os diferentes períodos e tendências".
A in/disciplina retrata o “trajeto de vida do Siza através dos seus cadernos de esquissos, que guardava e onde registava tudo”, explicou, por seu turno, o curador da exposição, Nuno Grande, referindo que esses esboços mostram a inquietude e a “indisciplina na disciplina” constante do arquiteto nascido em 1933, em Matosinhos, no distrito do Porto.
A exposição tem também um conjunto de fotografias escolhidas pelos “amigos fotógrafos” do arquiteto, e que foram “fundamentais para levar a todo o mundo a obra de Siza Vieira, acrescentou Nuno Grande que, em conjunto com Carles Muro, e a contribuição de Álvaro Siza, conseguiram organizar a 'in/disciplina', para assinalar o 20.º aniversário do Museu de Serralves.
A exposição que revela 30 projetos realizados entre 1954 e 2019, percorrendo a trajetória de Álvaro Siza desde o período da sua formação até à sua plena afirmação autoral, vai estar patente em Serralves até 02 de fevereiro de 2020, e foi organizada pela Fundação de Serralves, com a contribuição “fulcral do arquivo de Álvaro Siza Vieira, do Álvaro Siza Vieira Fonds no Canadian Centre for Arquitechure (Canadá) e da Fundação Calouste Gulbenkian".
A obra da Casa de Chá da Boa Nova (1958–1963) e a Piscina de Marés (1958–1965), ambas em Leça da Palmeira, são algumas das maquetes que se podem ver na exposição.
Em paralelo à exposição, está programada, para o próximo sábado, dia 21, pelas 17:00, uma “conversa e mesa redonda” com Álvaro Siza e os dois curadores da exposição, os arquitetos Nuno Grande e Carles Muro.
Distinguido com o Prémio Pritzker em 1992, Álvaro Siza recebeu ainda, entre outros, o Prémio Mies van der Rohe (1988), o Prémio Nacional de Arquitetura (1993), a Medalha Alvar Aalto (1998) e a Medalha de Ouro (2009), do Royal Institute of British Architects, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projeto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012).
Em paralelo à exposição, está programada, para o próximo sábado, dia 21, pelas 17:00, uma “conversa e mesa redonda” com Álvaro Siza e os dois curadores da exposição, os arquitetos Nuno Grande e Carles Muro.
Distinguido com o Prémio Pritzker em 1992, Álvaro Siza recebeu ainda, entre outros, o Prémio Mies van der Rohe (1988), o Prémio Nacional de Arquitetura (1993), a Medalha Alvar Aalto (1998) e a Medalha de Ouro (2009), do Royal Institute of British Architects, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projeto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012).
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