O treinador da equipa de hóquei em patins do Benfica, Pedro Nunes, será o selecionador de Moçambique com vista ao campeonato do mundo de França, a decorrer em junho.

A cedência do técnico “encarnado” está prevista num protocolo assinado esta quarta-feira no Estádio da Luz entre o Benfica e a Federação Moçambicana de Patinagem (FMP), que inclui ainda diversos programas na área da formação.

“Temos a plena confiança de que este memorando que assinámos contempla a cedência do grande treinador Pedro Nunes. Temos grande esperança de que, com o trabalho dele e com o nosso, os resultados vão ser satisfatórios. (...) A seleção nacional [moçambicana] vai ter a oportunidade de fazer todo o seu estágio aqui no Estádio da Luz e isso para nós é glorificante”, disse em conferência de imprensa o presidente da FMP, Nicolau Manjate.

Também presente na cerimónia, Pedro Nunes manifestou o seu “orgulho e satisfação” por lhe ter sido renovada a confiança de orientar a seleção de Moçambique - esta será a segunda vez que Pedro Nunes assume a função, depois de o ter feito em 2011, no Mundial da Argentina, com a conquista de um histórico quarto lugar.

“Agradeço ao meu clube por me ter dado esta possibilidade e à FMP o reforço da confiança manifestada desde 2011. Para mim, enquanto pessoa e profissional de hóquei em patins, é muito bom poder novamente trabalhar com a seleção de Moçambique e de alguma maneira retribuir aquilo que o hóquei de Moçambique fez em tempos antigos pelo hóquei português”, afirmou, assegurando que “não haverá divisão” relativamente ao Benfica.

Manifestando capacidade de trabalho para pensar nas duas situações, o técnico sublinhou que o estágio com a seleção de Moçambique só começará depois de terminadas todas as competições oficiais em Portugal.

O vice-presidente do Benfica Domingos Almeida Lima destacou a circunstância de o âmbito do protocolo hoje assinado ser mais abrangente do que a cedência, prevendo outras ações no reforço das relações de bilateralidade, nomeadamente no âmbito da formação.

“É nosso interesse assumir essa quota-parte na formação, não só dos jovens moçambicanos como, se for esse o interesse, de algumas coletividades de Moçambique na perspetiva do desenvolvimento do hóquei no país. Temos todo o interesse em vir a acolher temporariamente, pelo tempo que se julgar necessário, alguns jovens moçambicanos identificados pelos nossos técnicos como tendo potencial para darem o tal capital de desenvolvimento ao hóquei de Moçambique”, apontou.

O objetivo, salientou, é que “que nasçam atletas de excelência e que voltem a catapultar o hóquei moçambicano a patamares que já teve”. Também para Nicolau Manjate, o protocolo hoje assinado constitui “uma grande perspetiva no tocante ao desenvolvimento do hóquei” em Moçambique.

“Temos consciência de que a relação entre Moçambique e o Benfica é histórica. Basta recordar algumas figuras que tanto deram de si para o desenvolvimento do desporto neste país, nomeadamente [os futebolistas] Eusébio e Mário Coluna. (...) Com este instrumento, bem materializado e bem executado, podemos ter confiança de que teremos outros talentos muito acima para o desenvolvimento do nosso desporto”, comentou.