O embaixador de Angola na Suíça, Osvaldo Varela, afirmou à Angop que o angolano possui apetência para a prática de qualquer modalidade desportiva, faltando melhor organização no dirigismo e nas políticas afins.

Numa entrevista em que abordou o estado do desporto no país, concedida à margem do torneio da Páscoa em hóquei em patins, decorrido de 27 a 31 de Março em Montreux (Suíça), Osvaldo Varela reiterou a necessidade de haver uma organização em que a aposta dos clubes se estenda aos escalões de formação.

O antigo presidente da associação provincial dos desportos motorizados de Luanda lembrou que a melhoria do desporto em Angola passa essencialmente pela inserção no sistema de ensino e depois pela formação nos clubes a partir da base.

Referiu que quando se fala em factores impeditivos é errado pensar-se imediatamente em infra-estruturas, porque a realidade demonstra que antigamente se praticava desporto ao ar livre, em terrenos baldios, e ainda assim surgiam talentos nas diversas modalidades.

«Quando falamos em organização desportiva não estamos a falar logo de infra-estruturas, porque pode-se praticar desporto ao ar livre. Não vai ter logicamente o mesmo nível ou a mesma qualidade, mas é no ar livre onde se começa, seguindo-se a educação física, o desporto escolar e depois a prática a partir dos clubes nos diversos escalões», frisou o diplomata acreditado na Federação Helvética desde 2011.

Para o antigo dirigente desportivo, já existe infra-estrutura suficiente no país para a prática desportiva, sendo importante que se realizem competições regulares nos diversos escalões e modalidades, acabando com a actual cultura em que maior atenção é dada aos seniores.

Além da necessária melhoria organizativa, o impulsionador do motocross em Angola afirmou ser necessário que o desporto tenha gente para servir por amor a determinada modalidade, o que dificilmente tem acontecido.

«Há muita gente que quer se servir do desporto para outros fins», referiu o responsável para quem a realização do 41º campeonato do mundo em hóquei em patins em Setembro em Luanda e Namibe trará projecção desportiva, política, económica e social.