Faltam poucos dias para a seleção portuguesa de hóquei patins partir de malas e bagagens para Angola, onde este ano se realiza, entre 20 e 28 de setembro, o Mundial da modalidade. Se para Luanda, os jogadores portugueses levam muita ambição, no regresso a Portugal a equipa das quinas quer trazer o título que foge há já dez anos.

Ricardo Silva, guarda-redes da seleção nacional que este ano se sagrou campeão europeu pelo Benfica, faz um balanço positivo do trabalho realizado nas três semanas de estágio e diz que o grupo está mentalizado de que vai a Angola para ganhar.

«Estamos a trabalhar muito e bem. O cansaço começa a aparecer mas é normal. Temos tudo para chegar fortes ao Mundial e ganhar. A equipa está focada em ser campeã do mundo e vamos para Angola com esse espírito.»

Pedro Henriques, também guarda-redes, admite que o domínio tem sido espanhol, mas adverte que podemos brevemente assistir a outra hegemonia, com as cores lusas.

«Nos últimos anos a Espanha tem ganho consecutivamente, mas nós temos uma nova geração, que mistura a experiência com jogadores mais novos, e acho que podemos passar de uma hegemonia espanhola para uma hegemonia portuguesa», afirma o jogador do Benfica, que lembra que «as equipas portuguesas também estiveram em destaque este ano», o que pode ser o mote para «uma viragem na hegemonia espanhola».

Os jogadores não se escondem do objetivo do título e foi o próprio selecionador que o colocou em cima da mesa logo no dia da sua apresentação. Luís Sénica deixou o Benfica com o título de campeão europeu e quer, no mesmo ano, juntar-lhe o título de campeão mundial de seleções.

«Portugal é favorito e tem de estar na pista para vencer independentemente do nome do adversário. Queremos ser muito competitivos desde o primeiro jogo», avança Sénica, que não vê como um risco a candidatura portuguesa ao título.

«Prefiro que a equipa assuma que vai ao Mundial para ganhar do que adotar um discurso de expetativa. Sabemos ao que vamos e essa vontade não pode ser penalizada. Trabalhamos para isso e ninguém pode levar a mal que pensemos desta forma. Mais vale quem tentou do que aquele que nada fez. O grande objetivo é vencer o Mundial», resume, admitindo, no entanto, que enquanto tetracampeã mundial, a Espanha parte como favorita.

Depois de trabalhar com Sénica nas águias, Valter Neves quer repetir os títulos conquistados na Luz pela seleção e acredita que as conquistas recentes do hóquei português, com FC Porto e Benfica à cabeça, podem “contagiar” a seleção nacional.

«Acreditamos que será desta que vamos vencer, até pelo trajeto que o hóquei português tem tido neste último período. Acreditamos que estamos num bom momento para vencer o Campeonato do Mundo. Sentimos que estamos mais próximo de vencer e de que vamos ser capazes de ser campeões do Mundo», termina um dos atletas mais experientes do contingente português.

Portugal parte para Angola no dia 15 de setembro e a 22 estreia-se no Mundial, frente à seleção do Chile. Ainda na fase de grupos, os Ursos vão enfrentar a África do Sul e a anfitriã Angola.

Veja a Reportagem com a Seleção Nacional.