Dois momentos marcaram a noite de sábado da jornada de preparação ao mundial de hóquei em patins, de setembro próximo, que deixou emocionados prosélitos da modalidade e não só, que assistiram a exibição de antigas “estrelas” e a estreia do reforço da seleção nacional.
O pavilhão II do complexo da Cidadela preenchido quase por metade os seus três mil lugares albergou o segundo jogo de controlo do combinado angolano tendo em vista o torneio internacional Ze Du, de 22 a 25 deste mês em Malanje. E a segunda foi de vez: Martin Payero apresentou-se e deliciou os adeptos.
Dias antes, com o recinto muito mais preenchido, a estreia do jogador de origem argentina não se consumou por conta de uma lesão (ou o que restava dela). Este sábado, a segunda parte do confronto com o Misto de Luanda (1-1) teve Payero como principal atracção.
Embora ainda sem a forma habitual - como de resto está o grupo todo -, o “número 17” da selecção nacional mostrou a já conhecida intimidade com o stick, patins e a bola; e respondeu as expectativas do público, que respondeu de maneira emocionada e mesmo efusiva para as suas habilidades e a sua visão de jogo colectivo.
Não tendo apontado qualquer golo, tentou entretanto em diversas ocasiões, quer a longa distância, quer em jeito, mas sempre aparentemente mostrando serenidade e sentido de grupo, enquanto nas bancadas a ansiedade tinha a maior expressão nos gritos emocionados a cada movimento peculiar do jogador.
As maiores ovações, como é óbvio foram vividas nesta etapa da noite, apesar de não ter havido tantos golos como na primeira partida, em que Angola venceu o 1º de Agosto por 5-1.
Entretanto, o passado do hóquei angolano, o tal que sedimentou as condições para hoje o país ser anfitrião do Mundial, desceu a quadra no início da noite.
Obviamente, já sem o fulgor dos seus melhores tempos, um conjunto de ex-hoquistas voltou a calçar os patins e recordar momentos vividos em conjunto. Dentre eles, esteve o actual seleccionador nacional, Orlando Graça, e o “pai” da mascote do campeonato do mundo, Kaissara. Curiosamente cada um apontou um golo.
Tratou-se de mais uma passagem de testemunho, de forma real (tangível), às futuras gerações de praticantes, bem representadas no pavilhão, quer por patinadores amadores, quer pelos filhos e netos dos “artistas” que, provavelmente, pela primeira vez os viam em acção.
A prova disso foi quando, na sua inocência, um rapaz de seis anos acercou-se de Kaissara, já na bancada devido a ligeira contusão, perguntou se ele tinha sido também jogador de hóquei. Aquela referência do hóquei angolano com um sorriso de compreensão respondeu que sim, há muito tempo.
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