O presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), Witold Banka, advertiu que a pandemia de covid-19 não pode constituir “uma oportunidade para os atletas fazerem batota”, lembrando que o organismo dispõe de “outras armas poderosas” no combate ao doping.

“Não devem pensar que esta é uma oportunidade para os atletas fazerem batota. Sempre que se justificar, as agências antidopagem utilizarão as suas armas para os apanhar”, avisou o presidente da AMA, em entrevista publicada hoje pela AFP.

Numa altura em que vários países suspenderam a realização de controlos antidoping devido à pandemia, Banka observou que “os testes não são à única arma” à disposição do organismo mundial de combate ao doping, existindo a possibilidade de utilizar “outras armas poderosas”.

“Existe o passaporte biológico do atleta, a possibilidade de análise a longo prazo das amostras e a interpretação inteligente” por parte da AMA, notou Banka, de 35 anos, que foi eleito em novembro de 2019 para suceder ao britânico Craig Reedie na liderança do organismo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 73 mil. Dos casos de infeção, cerca de 250 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia, e o continente europeu é neste momento o mais atingido, com cerca de 696 mil infetados e de 53 mil mortos.

Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 17 de abril, registaram-se 311 mortes e 11.730 casos de infeções confirmadas, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.