O Benfica vai “lutar para que seja reposta a verdade desportiva” no Nacional de estafetas mistas de triatlo, em que foi desclassificado no domingo, disse hoje à Lusa João Mascarenhas, treinador da modalidade no clube lisboeta.

“Consideramos esta desclassificação completamente injusta e que abre um precedente para qualquer praticante que perca o seu dorsal durante a prova. Nenhuma regra diz que a não utilização de dorsal dá desclassificação direta. Diz sim, que o árbitro deve advertir o atleta, pedindo a correção da situação, advertência essa que foi feita na segunda transição, tendo o nosso atleta informado que o tinha perdido na água, pelo que lhe era impossível corrigir. Se o deixasse cair, por exemplo, o árbitro o advertisse e o atleta não o apanhasse, aí sim, faria todo o sentido a desclassificação”, explicou o técnico ‘encarnado’.

Na segunda-feira, a Federação de Triatlo de Portugal (FTP) anunciou que vai propor alterações ao regulamento técnico para “salvaguardar que o cumprimento desta regra tenha por fim exclusivo salvaguardar o princípio que está na sua génese [otimizar os processos de classificação, arbitragem e segurança, assim como a intencionalidade da infração]”.

O Benfica foi a mais rápida entre as 22 equipas, mas foi penalizado com a desclassificação de João Pereira, o último dos elementos da formação lisboeta, que bateu ao 'sprint' Alexandre Nobre (Portugal Talentus), por ter cruzado a meta sem o dorsal de identificação.

Com a desclassificação do Benfica, a Portugal Talentus conquistou o título nacional, à frente do CN Torres Novas, segundo classificado, ambos com lugar assegurado na Taça dos Clubes Campeões Europeus de estafetas mistas, a disputar em outubro, em Lisboa, prova que ‘encarnados’ conquistaram em 2017 e foram terceiros no ano passado. Em terceiro lugar terminou o Olímpico de Oeiras.

O treinador de triatlo do Benfica recordou que o regulamento técnico pretende, entre outros pontos, “criar uma atmosfera de desportivismo, igualdade e fair-play”, “enfatizar as capacidades dos atletas” e “penalizar atletas que ganhem vantagem desonestamente”.

“Ora, sentimos que se está a fazer exatamente o contrário. Sempre fomos colaborantes e proativos com toda a arbitragem, mas há que conhecer os regulamentos em profundidade, para os saber aplicar. Iremos lutar para que seja reposta a verdade desportiva”, frisou João Mascarenhas, que agradeceu à Portugal Talentus “o desportivismo e apoio” na situação.