A Coreia do Norte planeia enviar uma claque de 230 animadores para a Coreia do Sul como parte da sua delegação para os Jogos Olímpicos de inverno, que decorrem no próximo mês, anunciaram hoje as autoridades de Seul.

Este foi o último de uma série de gestos conciliadores que os norte-coreanos tomaram abruptamente, após um ano de tensão entre os dois países, nomeadamente na questão nuclear.

A Coreia do Norte informou hoje os sul-coreanos sobre o tamanho da claque quando as autoridades dos dois países se encontraram na fronteira, pela terceira vez em menos de 10 dias, para discutir como cooperar na questão dos Jogos Olímpicos de inverno, que ocorrem de 09 a 25 de fevereiro, na Coreia do Sul.

Estas reuniões, relacionadas com as Olimpíadas, proporcionaram uma tentativa de descongelar os laços que ligam as duas Coreias.

No entanto, a relutância dos norte-coreanos em discutir o seu programa de armas nucleares está a provocar um ceticismo sobre quanto tempo esta vontade de conciliação durará.

Durante as negociações de hoje, os norte-coreanos também informaram a Coreia do Sul de que têm um plano para enviar uma delegação para os Jogos Paralímpicos de Pyeongchang, que decorre entre 09 e 18 de março, referiu o Ministério da Unificação sul-coreano num comunicado.

Outros detalhes da delegação da Coreia do Norte para os Jogos Paralímpicos serão determinados em novas negociações entre as Coreias, afirmou a nota.

As Coreias também discutiram a possibilidade de uma equipa conjunta de hóquei feminino e de os seus atletas marcharem sob uma "bandeira de unificação", representando a Península da Coreia, em vez de duas bandeiras nacionais, durante a cerimónia de abertura dos Jogos de Pyeongchang, declarou o Ministério.

A Coreia do Norte propôs que a sua delegação olímpica viajasse para o sul através da fronteira terrestre, que é extremamente militarizada.

O cruzamento da fronteira seria um evento altamente emotivo e obteria a atenção global.

A Coreia do Norte também informou que a sua delegação também inclui funcionários de alto nível, jornalistas, uma equipa de demonstração de taekwondo e um grupo de arte, além dos atletas.

Na segunda-feira, as duas Coreias concordaram que um grupo de artistas norte-coreanos com 140 membros, composto por membros de orquestra, cantores e dançarinos, faria apresentações durante os Jogos Olímpicos da Coreia do Sul.

Apesar dos seus planos de enviar grandes grupos de adeptos e artistas, nenhum atleta norte-coreano está oficialmente qualificado para participar nos Jogos de Pyeongchang, embora o Comitê Olímpico Intencional (COI) tenha dito recentemente que "manteria a porta aberta" para que a Coreia do Norte participasse nos Jogos.

Alguns críticos dizem que a Coreia do Norte poderá usar os Jogos Olímpicos para lançar o que chamam de "ofensiva da paz", para mostrar que é um país normal, apesar do seu programa nuclear e das ameaças feitas ao Ocidente.

Também acusam Pyongyang de tentar dividir os sul-coreanos e os Estados Unidos, para enfraquecer as sanções internacionais e comprar tempo para aperfeiçoar as suas armas nucleares.

O COI deverá reunir-se com responsáveis desportivos e governamentais das duas Coreias e funcionários do comité organizador dos Jogos Olímpicos, na sua sede na Suíça, no sábado.

Um par de patinadores artísticos da Coreia do Norte qualificou-se para as Olimpíadas, mas os norte-coreanos perderam o prazo para confirmar a sua participação.

A Coreia do Sul também quer que o COI permita que a lista olímpica de 23 jogadores da equipa de hóquei seja expandida para que vários jogadores norte-coreanos possam ser adicionados sem remover nenhum dos jogadores sul-coreanos.